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A inovação é a chave do desenvolvimento e do crescimento

Paulo Fernandes presidente da Comunidade Intermunicipal Beiras e Serra da Estrela, considera que a região "soube inovar e posicionar-se como território de oportunidade para sectores que até há bem pouco tempo nos pareciam alheios".

01 de Fevereiro de 2017 às 14:46
D.R.
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Paulo Fernandes, 44 anos, é presidente da Comunidade Intermunicipal Beiras e Serra da Estrela e presidente da Câmara Municipal do Fundão. Licenciado em Relações Internacionais pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), foi vice-presidente e vereador de pelouros como o desporto, a cultura e acção social no Fundão. Foi fundador da Rede de Aldeias de Xisto e fundador da Rede Aldeias Históricas de Portugal, entre outros organismos relacionados com o desenvolvimento regional.

Qual é a importância para a Comunidade Intermunicipal Beiras e Serra da Estrela do I Congresso da Beira Baixa? Quais são as expectativas?
Mais do que fazer diagnósticos da região, é importante que este encontro se centre na valorização do território, dos seus agentes e das fileiras que contribuem para o nosso desenvolvimento.
Mas este fórum será ainda um lugar de excelência para que as duas Comunidades Intermunicipais possam reafirmar, em conjunto, a determinação e o empenho de continuarem a lutar pela redução das assimetrias territoriais, económicas e sociais, afirmando as suas principais linhas estratégicas de desenvolvimento em matéria de emprego, mobilidade, educação, energia, turismo ou património natural e cultural.

Como é que caracteriza em termos económicos, sociais e empresariais a Comunidade Intermunicipal Beiras e Serra da Estrela?
Trata-se de um território de baixa densidade com elevado e diversificado potencial endógeno, nomeadamente no sector agrícola, na primeira transformação, no turismo e numa série de actividades industriais tradicionais.
Tem sido a partir da meritória acção do nosso tecido empresarial, em estreita ligação com instituições públicas, IPSS, ensino superior e municípios, que a região tem sabido contrariar as assimetrias tão típicas do nosso país e conferir um quadro superior de estabilidade, dignidade e confiança a quem vive, investe e trabalha.

A região tem uma grande vitalidade num diversificado conjunto de actividades.

Quais são as principais pontos-fortes Comunidade Intermunicipal Beiras e Serra da Estrela em termos económicos e empresariais e, por outro lado, os principais constrangimentos?
A região tem uma grande vitalidade num diversificado conjunto de actividades económicas, que vão desde o agro-alimentar às novas tecnologias passando pelo têxtil, turismo, industria, logística e serviços.
Ao longo dos últimos anos, a região soube inovar e posicionar-se como território de oportunidade para sectores que até há bem pouco tempo nos pareciam alheios e assim tem sido possível atrair investimento e empresas, fixar pessoas e talento e multiplicar oportunidades.
Os desafios colectivos de hoje estão intimamente associados aos constrangimentos há muito identificados, como sejam o declínio populacional, o envelhecimento e a escassez de capital humano com as qualificações adequadas às necessidades do mercado.
É fundamental promover a aproximação entre as qualificações e as necessidades das empresas, nomeadamente por via de abordagens inovadoras com resultados já demonstrados.

Quais são os principais exemplos, no que se refere a empresas ou outras organizações, de grande relevância, dinamismo e boas práticas na Comunidade Intermunicipal Beiras e Serra da Estrela?
Ao longo dos últimos, o sistema de ensino superior e de investigação regional tem desempenhado um papel fundamental na ligação à economia, transmissão do conhecimento e criação de produtos, serviços e valor acrescentado para as empresas.
Será com base no triângulo virtuoso composto pelo ensino superior e investigação - Universidade da Beira Interior e Politécnicos da Guarda e de Castelo Branco - pelas empresas e pelos municípios que será desenhado o nosso futuro e será possível criar ainda mais valor, emprego e riqueza, reforçar a internacionalização das empresas e dos produtos e capacitar uma estratégia mais ampla para atracção de investimento.
A democratização da inovação como chave do desenvolvimento sustentável e do crescimento económico tem aqui a sua base e deve ser uma prioridade.

Que contributo pode dar o associativismo empresarial para o desenvolvimento da região?
Numa frase: deve reforçar uma consciência deste nosso território socioeconómico comum que vai desde a faixa interior do Tejo à faixa interior do Douro. 


Entrevista na íntegra a partir de 2 de Fevereiro: em http://congressoaebb.negocios.pt