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"Inovação e conhecimento serão nos próximos anos, como já foram nestes últimos, os motores principais de crescimento da nossa produtividade e da nossa economia, e isso é particularmente importante num setor tão crítico a todos os níveis no nosso país, como é o setor da floresta e todas as fileiras industriais que lhe estão associadas", disse Pedro Siza Vieira, ministro da Economia e da Transição Digital.
Portugal tem bem a consciência de que as alterações climáticas são uma ameaça que impacta diretamente sobre o território e a população, e por isso foi o primeiro país a comprometer-se a atingir a neutralidade carbónica em 2050, mas é um desafio que só pode ser ultrapassado à escala global.
"Temos de fazer a nossa parte, mas temos de o fazer de uma forma alinhada com toda a Humanidade e contribuindo para este objetivo, que tem de ser coletivo, de combate às alterações climáticas", prosseguiu Pedro Siza Vieira, adiantando que para se conciliar o objetivo de reduzir os gases com efeitos de estufa com o bem-estar das nossas populações, tem de houver uma aposta na ciência, na inovação e na tecnologia.
Pedro Siza Vieira avisou que a redução do nível de emissões de gases com efeitos de estufa passa por grandes investimentos para descarbonizar o sistema de transportes, os processos industriais, a produção de energia elétrica, a poupança de energia nos edifícios e nas atividades. Mas, "para atingirmos a neutralidade carbónica em 2050, é preciso que a parte remanescente das emissões, que não somos capazes de reduzir, seja neutralizada com técnicas diversas de absorção, captura ou sumidouro de carbono, em que a floresta e os solos agrícolas têm uma função evidente".
Na sua opinião, é provavelmente o mais crítico dos desafios ambientais e tem de se apostar numa melhor gestão da floresta, no aumento da sua dimensão e da sua capacidade de absorção de carbono. Exige uma diversificação do tipo de floresta em que há lugar para a floresta de conservação, de maturação lenta, que atinge níveis de captura de carbono a muito longo prazo, mas também para a floresta de produção.
Segundo Pedro Siza Vieira, a floresta de produção tem um papel crítico e decisivo não só pelo papel económico, "com a matéria-prima que alimenta fileiras industriais muito significativas e contribui para um valor acrescentado nacional das exportações e para o nosso saldo comercial, mas tem um papel crítico do ponto de vista ambiental e da captura de carbono, são as espécies de crescimento mais rápido que mais depressa conseguem absorver carbono".
Sublinhou que "temos de assegurar que a nossa floresta de produção replica, alimenta e financia todas as melhores práticas de gestão florestal que nos permitem contribuir para este objetivo e assegurar que a ocupação do território pelas nossas espécies florestais se faz também de uma forma mais equilibrada, que aumente a resiliência do nosso território e a sua capacitação para enfrentar o risco de incêndio".