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João Tarrana considera que estes aspectos ganham se os operadores, como os de tuk-tuk, tiverem uma estratégia integrada e falarem com os parceiros. Na APECATE estão cerca de 150 tuk-tuks e o objectivo é "ter empresas que estão dispostas a organizarem-se, a fazer as coisas de forma estruturada e criar sinergias". O responsável da APECATE refere que "em termos de diferenciação já falamos com alguns presidentes de junta que não estão na zona central de Lisboa e a ideia seria descentralizar os pontos de interesse como o MAAT em Belém. É importante criar novos centros de atractividade, que nós temos de saber passar e vender. Como a Rota de Arte Urbana, em que durante o espaço de uma semana há actividades de graffiters em determinadas zonas da cidade como Carnide e Lumiar".
O factor História e a experiência
A história pode ser um factor de diferenciação, como é o caso da Caravel on Wheels, que se embrenhou na história de Lisboa romana e do tempo dos Descobrimentos para desenhar um produto com vídeo e tecnologia. Pedro Neto diz que a Cityrama vai lançar uma rota sobre Portugal na Segunda Guerra Mundial sobre os ninhos de espiões que pululavam em Lisboa e na linha de Cascais. Salienta que "um produto novo precisa de dois anos para se afirmar e começar a dar dinheiro. Por isso temos de ter outros a alimentar estas novas propostas".
O director-geral da Cityrama sublinha que a diversidade e a diferenciação podem ajudar a sazonalidade e conseguir aumentar o tempo de estadia dos turistas. "Há um aspecto muito importante que é o número de dias que o turista fica em Lisboa e que anda à volta dos três a quatro dias. E normalmente quer conhecer Lisboa, Sintra-Cascais, ir a Fátima-Óbidos. Temos de conseguir que fique mais tempo ou que volte".
Filipa Ribeiro chama a atenção para um aspecto essencial no turismo que é a experiência. "Para o turista a experiência começa na viagem porque o comboio permite uma série de experiências e vai a sítios em que não vai mais nenhum meio de transporte, como por exemplo o Douro. Há a possibilidade para ir de barco e a experiência será tão interessante como ir de comboio e há muitas pessoas que fazem uma viagem de comboio e o regresso de barco e vice-versa" refere a directora de marketing da CP.
O mobile manda na procura
"Cerca de 70% dos turistas que procuram os tuk-tuk fazem-no através de dispositivos móveis" refere João Tarrana, da APECATE. Como diz Susana Baptista Fernandes, directora de marketing da Caravel on Wheels "o mobile impôs-se e não interessa ter um site muito bonito se não funcionar no mobile".
Se o transporte faz parte da viagem do turista, este começa a fazer o seu planeamento muito antes. Uma grande parte das pessoas prepara a sua viagem, fazem pesquisas, informam-se antes de tomar a decisão. Dados do INE, referentes ao terceiro trimestre de 2016 mostravam, por exemplo, 49,9% das viagens dos turistas portugueses fora de Portugal tiveram a internet na origem da organização de deslocações.
Directora de Marketing da Caravel on Wheels
"Quando alguém pesquisa Lisboa ou Porto, a CP tem de aparecer no topo da página. Existem ferramentas que se compram e que se trabalham. Compramos espaço no digital e quase conseguimos falar com os 'targets' seleccionados com grande precisão. Tem a ver com os gostos das pessoas, o que pesquisam, os seus interesses. Atingimos de uma forma muito específica os segmentos que me interessam. Depois temos de medir, porque se não avaliar não serve de nada, não sabemos qual é a concretização desta acção. É um processo demorado e que requer investimento nos meios digitais porque tenho de ter um 'tracker' do que acontece desde que vou buscar a pessoa até efectuar a compra" refere Filipa Ribeiro. "Estarmos 'always on' nas pesquisas, o que já fazemos há alguns anos, tem retorno porque o que nós queremos é trazer as pessoas para os nossos meios para depois lhe darmos a informação completa. Depois nem toda a venda é feita por nós, nem vendemos tudo online".
Mobile e plataformas
"Cerca de 70% dos turistas que procuram os tuk-tuk fazem-no através de dispositivos móveis" refere João Tarrana. Por isso, as campanhas e os sites são desenhados para funcionar sobretudo no mobile, ficando o desktop para segundo plano. Como diz Susana Baptista Fernandes, "o mobile impôs-se e não interessa ter um site muito bonito se não funcionar no mobile".
Responsável pelo departamento de veículos da APECATE
"Depois a capacidade de estar no topo da lista tem a ver com a forma como a campanha é desenvolvida" acrescenta João Tarrana. Uma das formas é integrar plataformas como a Lisboa Car que agrega várias ofertas. Para Pedro Neto, "há parceiros que já fizeram grandes investimentos e temos de optar se fazemos também esses investimentos ou se aproveitamos os investimentos feitos por esses parceiros. Temos de arranjar forma de quem entra na plataforma entre nos nossos produtos e não saia porque temos uma oferta tão diversificada e integrada que se consiga ficar com o cliente".