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"Um investimento que precisa de ser feito, não é financeiro, não é organizacional em termos de estruturas ou infraestruturas, é, em primeiro lugar, usar a crise como um oportunidade para repensar a maneira como operamos e trabalhamos. O que aconteceu durante a crise, levou as organizações de saúde a fazerem coisas extraordinárias, que geralmente não o fazem, e devem aprender com esta experiência", referiu Federico Lega, professor de Gestão e Políticas de Saúde da Universidade de Milão na sessão sobre o futuro da saúde depois da covid-19.
Por isso as organizações de saúde deveriam, depois da crise sanitária, organizar reflexões internas para os gestores da organização refletirem com os seus líderes clínicos sobre "O que é que aconteceu aqui?", "O que é que nós fizemos?", "O que é que podemos aprender com esta experiência?".
Federico Lega afirmou que viu muitas organizações e muitos sistemas reestruturarem a sua governance durante a pandemia para modelos mais eficazes de governação, em que as decisões eram tomadas de forma mais rápidas e com um maior espírito de equipa. Considerou que a crise foi mais bem gerida nos países onde os hospitais já colaboravam, ou em que os governos forçaram a colaboração em rede e com cooperação entre hospitais covid e não covid.
"Mostrou-nos a importância de ter uma integração horizontal do hospital em redes hospitalares, dentro de sistemas de saúde ou em parte do sistema de saúde, e da integração vertical da colaboração entre o hospital, prestadores de cuidados primários, e prestadores de cuidados intermédios e de cuidados continuados", afirmou Federico Lega.
Mudanças e investimentos
Salientou que a experiência da covid-19 foi uma abordagem mais centrada e focada no paciente, e muitos hospitais começaram, através de um esforço multidisciplinar, a fazer mais, partilhando camas e a criar caminhos específicos para doentes covid e não covid. "Foram capazes de experimentar uma nova ideia do que significa ter pacientes no hospital, portanto penso que devemos não perder esta experiência, reinvestir em termos de capacidade, reestruturação até do layout do hospital, avançar para o próximo nível de hospital construído há volta da experiência do paciente", analisou Federico Lega.
Na sua opinião tem de se consolidar experiências como os novos modelos de serviços, telemedicina, controlo remoto, as experiências de envolvimento dos pacientes, dos cuidadores e das famílias. Além disso é de repensar a relações entre as especialidades e a medicina interna, porque durante a crise de covid, foi importante ter médicos de medicina interna, médicos de clínica geral , "que foram capazes de gerir compreensivamente a situação dos pacientes, em vez de serem apenas os especialistas, que ainda são importantes, mas em alguns sistemas vemos que eles precisam, realmente, de balanceamento entre o número de especialistas e o número de médicos de medicina interna, médicos geriatras ou visão holística que perdemos na última décadas".
Para Federico Lega, deveria fazer-se uma reflexão sobre o desenvolvimento de direções médicas, e não apenas líderes clínicos, como apoio à gestão hospitalar, ou de gestores hospitalares com competências médicas, porque "sabem como é que as coisas funcionam, o que tem de ser feito, conhecem a linguagem, interagir muito bem com os lideres clínicos, e rapidamente arranjar soluções para adaptar as organizações e mudar a organizações quando necessário". O professor da Universidade de Milão salientou que o plano de recuperação europeu deveria nos seus investimentos na área da saúde considerar como prioritários as infraestruturas, a tecnologia e a gestão na saúde.
Por isso as organizações de saúde deveriam, depois da crise sanitária, organizar reflexões internas para os gestores da organização refletirem com os seus líderes clínicos sobre "O que é que aconteceu aqui?", "O que é que nós fizemos?", "O que é que podemos aprender com esta experiência?".
Federico Lega afirmou que viu muitas organizações e muitos sistemas reestruturarem a sua governance durante a pandemia para modelos mais eficazes de governação, em que as decisões eram tomadas de forma mais rápidas e com um maior espírito de equipa. Considerou que a crise foi mais bem gerida nos países onde os hospitais já colaboravam, ou em que os governos forçaram a colaboração em rede e com cooperação entre hospitais covid e não covid.
"Mostrou-nos a importância de ter uma integração horizontal do hospital em redes hospitalares, dentro de sistemas de saúde ou em parte do sistema de saúde, e da integração vertical da colaboração entre o hospital, prestadores de cuidados primários, e prestadores de cuidados intermédios e de cuidados continuados", afirmou Federico Lega.
Mudanças e investimentos
Salientou que a experiência da covid-19 foi uma abordagem mais centrada e focada no paciente, e muitos hospitais começaram, através de um esforço multidisciplinar, a fazer mais, partilhando camas e a criar caminhos específicos para doentes covid e não covid. "Foram capazes de experimentar uma nova ideia do que significa ter pacientes no hospital, portanto penso que devemos não perder esta experiência, reinvestir em termos de capacidade, reestruturação até do layout do hospital, avançar para o próximo nível de hospital construído há volta da experiência do paciente", analisou Federico Lega.
Na sua opinião tem de se consolidar experiências como os novos modelos de serviços, telemedicina, controlo remoto, as experiências de envolvimento dos pacientes, dos cuidadores e das famílias. Além disso é de repensar a relações entre as especialidades e a medicina interna, porque durante a crise de covid, foi importante ter médicos de medicina interna, médicos de clínica geral , "que foram capazes de gerir compreensivamente a situação dos pacientes, em vez de serem apenas os especialistas, que ainda são importantes, mas em alguns sistemas vemos que eles precisam, realmente, de balanceamento entre o número de especialistas e o número de médicos de medicina interna, médicos geriatras ou visão holística que perdemos na última décadas".
Para Federico Lega, deveria fazer-se uma reflexão sobre o desenvolvimento de direções médicas, e não apenas líderes clínicos, como apoio à gestão hospitalar, ou de gestores hospitalares com competências médicas, porque "sabem como é que as coisas funcionam, o que tem de ser feito, conhecem a linguagem, interagir muito bem com os lideres clínicos, e rapidamente arranjar soluções para adaptar as organizações e mudar a organizações quando necessário". O professor da Universidade de Milão salientou que o plano de recuperação europeu deveria nos seus investimentos na área da saúde considerar como prioritários as infraestruturas, a tecnologia e a gestão na saúde.