Outros sites Medialivre
Notícia

A aceleração digital de uma empresa histórica

A pandemia só veio acelerar a digitalização, que já fazia parte das prioridades estratégicas de uma empresa que faz vinho do Porto há 130 anos, e que vive do balanço entre a história e a inovação.

Negócios 23 de Março de 2021 às 13:45
Charles Symington é diretor de produção e faz parte da quarta geração na gestão deste grupo familiar.
Charles Symington é diretor de produção da Symington.
  • Partilhar artigo
  • ...
Empresas Agrodigitais
Vencedor Symington Family Estates

"A Symington Family Estates já era uma empresa em que a digitalização avançava a passos largos. A pandemia veio, porventura, acelerar esta realidade", refere Charles Symington, diretor de produção da Symington.

Acrescenta que "dos cerca de 500 colaboradores da empresa, entre 130 e 150 têm estado em teletrabalho e a sua curva de aprendizagem, em termos de abraçar o digital, tem-se revelado pacífica e o recurso aos métodos de trabalho que pressupõe não tem perturbado ou afetado negativamente os fluxos de trabalho. Pelo contrário, em muitos casos a eficiência tem aumentado".

Revela ainda que a digitalização encorajou a inovação, por exemplo, na área comercial e da comunicação. Na primavera de 2020, lançaram o Porto Vintage de 2018 integralmente por via digital, fazendo várias apresentações online, dirigidas a jornalistas e distribuidores/compradores em vários pontos do mundo.

Através do Instagram e de outras plataformas, lançaram também em digital, a School of Port (Escola do Vinho do Porto) @schoolofport, uma plataforma digital lúdico-didática para vinho do Porto dirigida ao público, consumidores e profissionais do vinho (escanções e canais Horeca).

A Symington Family Estates, uma empresa familiar há mais de 130 anos, é um dos maiores produtores mundiais de vinho do Porto premium e um dos principais produtores de vinho de Portugal. O grupo possui marcas de vinho do Porto como Graham’s, Cockburn’s, Dow’s, Warre’s, e vinho do Douro como Quinta do Vesúvio, Quinta do Ataíde, Altano, Prats & Symington, uma parceria com a família Prats de Bordéus que produz Chryseia e Post Scriptum, e o vinho alentejano, a Quinta da Fonte Souto.

"A pandemia também possibilitou, sem as distrações das viagens, a oportunidade de avançarmos consideravelmente para o processo de planeamento estratégico de longo prazo dos nossos investimentos-chave", sublinha Charles Symington. Finalizaram vários projetos de construção e pedidos de licenciamento, investimentos que potenciarão receitas relevantes na área do enoturismo, que deverão estar prontos no final do ano de 2021 e a tempo do relançamento esperado do negócio em 2022. Finalizámos ainda os planos para um grande investimento numa nova adega no Douro que pretende tornar-se na primeira adega com certificação LEED em Portugal.

"Estamos extremamente orgulhosos com o facto de o ano de 2020 ter sido ultrapassado com vendas mais fortes dos nossos produtos ‘core’, tais como os vinhos do Porto e do Douro, mitigando de certo modo as perdas inevitáveis na área do enoturismo que tinha tido um contributo importante em anos anteriores", afirma Charles Symington.

A explicação para esta performance está nas "nossas relações com os principais retalhistas mundiais, que nos levaram a este crescimento extraordinário e eventualmente inesperado e a nossa capacidade de engarrafamento planeada para garantir que tínhamos stock suficiente para ir ao encontro da procura esperada, o que nos permitiu que atingíssemos um crescimento das vendas em volume e em valor".

As respostas à pandemia na vinha Na fase inicial da pandemia fez-se a revisão e o reforço de todas as medidas de saúde e segurança na empresa. Os colaboradores afetos às unidades de engarrafamento foram divididos em pequenas equipas e os horários de trabalho alterados para que as equipas se sobrepusessem o menos tempo possível. No regresso de férias, na segunda quinzena de agosto, foram testados todos os trabalhadores das unidades de engarrafamento, armazéns e adegas, bem como os agrícolas, e, facultativo, aos administrativos. Depois das vindimas e com o agravamento da pandemia, "adquirimos massivamente testes rápidos que nos permitiram implementar um procedimento de rotina, de testagem semanal a todos os colaboradores da empresa que exercem funções presenciais", explica Charles Symington.