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"As comunidades de energia vão ser fundamentais para o processo de transição energética. Serão um acelerador deste processo, no sentido em que vão permitir democratizar o acesso a uma energia limpa por parte de todos os cidadãos", considera José Queirós de Almeida, CEO da Greenvolt Comunidades, que tem uma grande experiência na área da energia. Licenciado em Direito passou pela EDP, Eesti Energia da Estónia, e Cleanwatts. Em novembro de 2021, ingressou na Greenvolt para, em janeiro de 2022, passar a liderar o lançamento da Greenvolt Comunidades.
José Queirós de Almeida refere que as comunidades de energia são uma oportunidade mesmo para quem não tem possibilidade de investir em sistemas de produção de energia solar fotovoltaica. Quem vive num apartamento e não tem espaço ou não tem capacidade para o investimento inicial necessário para um sistema de autoconsumo pode "ter acesso a esta energia obtida a partir do sol, reduzindo assim a emissão de CO2 ao mesmo tempo que obtém uma poupança relevante na fatura da eletricidade".
As comunidades de energia são o tema principal da conferência We Share Energy Summit, vistas como uma das soluções para a transição energética. Qual é contributo atual destas comunidades e qual é o potencial?
Vivemos ainda num período em que existe um produtor, um comercializador e, por fim, um consumidor, mas isso está a mudar. A geração de energia distribuída está a crescer de forma expressiva, essencialmente através da energia solar fotovoltaica. Nesta nova forma de geração de energia, o produtor e o consumidor são o mesmo, colocando-se o consumidor no centro da equação. Isto é uma mudança de paradigma.
Estamos a viver um momento histórico no segmento da energia, com cada vez maior autoconsumo e, por conseguinte, o crescimento das comunidades de energia em que um produtor de maiores dimensões, ou um conjunto de pequenos produtores, além da energia gerada para consumo, produzem em excesso para partilharem com os restantes consumidores.
Esta é a forma certa de fazermos o que atualmente todos reconhecem como ser de extrema urgência: acelerar a transição energética, fazendo-o de uma forma justa, ou seja, em que não deixaremos ninguém para trás. As comunidades de energia já estão a dar o seu contributo para esta importante missão, mas este é um mercado com um potencial enorme.
Quais são os desafios da produção descentralizada? Existe tecnologia (armazenamento, distribuição, etc.), regulação, mercado?
Há, essencialmente, oportunidades na geração de energia distribuída. Temos a tecnologia, há cada vez maior apetite e, felizmente, ao nível da regulação, assistimos a um processo de desburocratização ao nível do licenciamento que vai acelerar ainda mais a velocidade a que começamos a tirar partido de uma energia limpa e barata, que é a energia que captamos através da irradiação solar.
Quais são os estímulos que existem para as comunidades de energia, tanto as de consumidores como as de empresas?
Nas comunidades de energia, o fator importante é conseguir reduzir de forma expressiva o consumo de combustíveis fósseis. Só por si, esta alteração é um estímulo para todos, permitindo a redução do impacto ambiental de cada um numa altura em que procuramos, todos, limitar o aquecimento global que está já a ter consequências catastróficas em todo o mundo.
No caso das empresas, em particular, há uma responsabilidade acrescida neste ponto da redução do impacto ambiental. E há, da parte dos líderes europeus, um sinal claro quanto à urgência de reduzirem de forma expressiva as suas emissões de gases para a atmosfera, criando-se entraves para aquelas que não o façam.
Saliento que também no caso do acesso a financiamento há uma pressão crescente para o cumprimento de metas ambientais por parte das empresas. Com a regulação sobre o setor a abranger também a dimensão da sustentabilidade, os bancos tenderão a restringir cada vez mais o acesso ao crédito por parte de empresas que não queiram ser parte da solução.
Quais são as vantagens de pertencer a uma comunidade de energia tanto para consumidores como para as empresas?
No caso das empresas, que atualmente estão a ser fustigadas por fortes aumentos nos custos com a energia, a energia obtida a partir de painéis solares fotovoltaicos permite-lhes mitigar bastante os encargos adicionais, ao mesmo tempo que conseguem com as comunidades de energia partilhar a energia produzida em excesso, ou não utilizada, com outros consumidores, nomeadamente as famílias, que podem também beneficiar de reduções acentuadas no valor das faturas mensais. Conseguem-se poupanças de 20%, 30% ou até 40%, o que tem certamente impacto num orçamento familiar.
José Queirós de Almeida refere que as comunidades de energia são uma oportunidade mesmo para quem não tem possibilidade de investir em sistemas de produção de energia solar fotovoltaica. Quem vive num apartamento e não tem espaço ou não tem capacidade para o investimento inicial necessário para um sistema de autoconsumo pode "ter acesso a esta energia obtida a partir do sol, reduzindo assim a emissão de CO2 ao mesmo tempo que obtém uma poupança relevante na fatura da eletricidade".
As comunidades de energia são o tema principal da conferência We Share Energy Summit, vistas como uma das soluções para a transição energética. Qual é contributo atual destas comunidades e qual é o potencial?
Vivemos ainda num período em que existe um produtor, um comercializador e, por fim, um consumidor, mas isso está a mudar. A geração de energia distribuída está a crescer de forma expressiva, essencialmente através da energia solar fotovoltaica. Nesta nova forma de geração de energia, o produtor e o consumidor são o mesmo, colocando-se o consumidor no centro da equação. Isto é uma mudança de paradigma.
Estamos a viver um momento histórico no segmento da energia, com cada vez maior autoconsumo e, por conseguinte, o crescimento das comunidades de energia em que um produtor de maiores dimensões, ou um conjunto de pequenos produtores, além da energia gerada para consumo, produzem em excesso para partilharem com os restantes consumidores.
Esta é a forma certa de fazermos o que atualmente todos reconhecem como ser de extrema urgência: acelerar a transição energética, fazendo-o de uma forma justa, ou seja, em que não deixaremos ninguém para trás. As comunidades de energia já estão a dar o seu contributo para esta importante missão, mas este é um mercado com um potencial enorme.
Quais são os desafios da produção descentralizada? Existe tecnologia (armazenamento, distribuição, etc.), regulação, mercado?
Há, essencialmente, oportunidades na geração de energia distribuída. Temos a tecnologia, há cada vez maior apetite e, felizmente, ao nível da regulação, assistimos a um processo de desburocratização ao nível do licenciamento que vai acelerar ainda mais a velocidade a que começamos a tirar partido de uma energia limpa e barata, que é a energia que captamos através da irradiação solar.
Quais são os estímulos que existem para as comunidades de energia, tanto as de consumidores como as de empresas?
Nas comunidades de energia, o fator importante é conseguir reduzir de forma expressiva o consumo de combustíveis fósseis. Só por si, esta alteração é um estímulo para todos, permitindo a redução do impacto ambiental de cada um numa altura em que procuramos, todos, limitar o aquecimento global que está já a ter consequências catastróficas em todo o mundo.
No caso das empresas, em particular, há uma responsabilidade acrescida neste ponto da redução do impacto ambiental. E há, da parte dos líderes europeus, um sinal claro quanto à urgência de reduzirem de forma expressiva as suas emissões de gases para a atmosfera, criando-se entraves para aquelas que não o façam.
Saliento que também no caso do acesso a financiamento há uma pressão crescente para o cumprimento de metas ambientais por parte das empresas. Com a regulação sobre o setor a abranger também a dimensão da sustentabilidade, os bancos tenderão a restringir cada vez mais o acesso ao crédito por parte de empresas que não queiram ser parte da solução.
Quais são as vantagens de pertencer a uma comunidade de energia tanto para consumidores como para as empresas?
No caso das empresas, que atualmente estão a ser fustigadas por fortes aumentos nos custos com a energia, a energia obtida a partir de painéis solares fotovoltaicos permite-lhes mitigar bastante os encargos adicionais, ao mesmo tempo que conseguem com as comunidades de energia partilhar a energia produzida em excesso, ou não utilizada, com outros consumidores, nomeadamente as famílias, que podem também beneficiar de reduções acentuadas no valor das faturas mensais. Conseguem-se poupanças de 20%, 30% ou até 40%, o que tem certamente impacto num orçamento familiar.
Conferência We Share Energy Summit a 12 de dezembro A conferência We Share Energy Summit, organizada pela Greenvolt Comunidades, e que conta com o Jornal de Negócios como media partner, vai decorrer no próximo dia 12 de dezembro no auditório II do Centro de Congressos de Lisboa, com a entrada a 10 euros. É o primeiro evento dedicado às comunidades de energia, que serão essenciais para a descarbonização da economia. A conferência tem por objetivo a explicação do conceito e a partilha de experiências práticas de quem está já a beneficiar das vantagens desta energia do futuro.
Segundo José Queirós de Almeida, a ideia da conferência We Share Energy Summit surgiu porque "a geração de energia distribuída assume-se como uma área estratégica de crescimento da Greenvolt, no segmento das energias renováveis. Dentro desta área, é grande a aposta nas comunidades de energia porque acreditamos que será este o futuro da energia".
A Greenvolt Comunidades conta com mais de quarenta comunidades da Greenvolt Comunidades de norte a sul do país, por isso considera que tem o "dever de continuar a trabalhar no sentido de alertar a sociedade para as vantagens que as comunidades de energia trazem para todos, para o país, para as empresas e para as famílias", afirmou José Queirós de Almeida.
Entre os oradores estarão pessoas e entidades como João Manso Neto, CEO Greenvolt, João Galamba, secretário de Estado do Ambiente e da Energia, José Queirós de Almeida, CEO da Greenvolt Comunidades, Mónica Carneiro Pacheco, partner da CMS Portugal, José Ferrari Careto, CEO da E-REDES, Jorge Esteves, diretor da Direção de Infraestruturas e Redes da ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos), Nuno Brito Jorge, administrador da Rescoop, José Cardoso Botelho, CEO da Vanguard Properties, Nuno Tavares, diretor-geral da Lactalis Nestlé Portugal, Francisco Sousa, da Escola "Os Maristas" (Fundação Champagnat), e Isabel Miguens, provedora da Santa Casa da Misericórdia de Cascais.
weshareenergysummit.com
Segundo José Queirós de Almeida, a ideia da conferência We Share Energy Summit surgiu porque "a geração de energia distribuída assume-se como uma área estratégica de crescimento da Greenvolt, no segmento das energias renováveis. Dentro desta área, é grande a aposta nas comunidades de energia porque acreditamos que será este o futuro da energia".
A Greenvolt Comunidades conta com mais de quarenta comunidades da Greenvolt Comunidades de norte a sul do país, por isso considera que tem o "dever de continuar a trabalhar no sentido de alertar a sociedade para as vantagens que as comunidades de energia trazem para todos, para o país, para as empresas e para as famílias", afirmou José Queirós de Almeida.
Entre os oradores estarão pessoas e entidades como João Manso Neto, CEO Greenvolt, João Galamba, secretário de Estado do Ambiente e da Energia, José Queirós de Almeida, CEO da Greenvolt Comunidades, Mónica Carneiro Pacheco, partner da CMS Portugal, José Ferrari Careto, CEO da E-REDES, Jorge Esteves, diretor da Direção de Infraestruturas e Redes da ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos), Nuno Brito Jorge, administrador da Rescoop, José Cardoso Botelho, CEO da Vanguard Properties, Nuno Tavares, diretor-geral da Lactalis Nestlé Portugal, Francisco Sousa, da Escola "Os Maristas" (Fundação Champagnat), e Isabel Miguens, provedora da Santa Casa da Misericórdia de Cascais.
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