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"Passámos e estamos a passar por momentos disruptivos, primeiro com uma pandemia durante dois anos, agora a guerra na Ucrânia. Mas as nossas empresas têm mostrado resiliência, enorme capacidade de adaptação, por isso, mais do que nunca, estamos ávidos de conhecer boas histórias, bons exemplos, que possam inspirar outras empresas e outras personalidades", disse Patrícia Madeira, responsável da estratégia de empresas do Santander, como forma de resumir a filosofia encarnada pelo Prémio Portugal Inspirador. Na sua opinião, grande parte das empresas em Portugal teve a capacidade de se transformar e readaptar aos novos contextos. Sublinha que as empresas estavam mais fortes para enfrentar a crise económica e social originada pela pandemia do que nas crises anteriores.
O Prémio Portugal Inspirador abrange quatro áreas: agricultura, turismo e serviços, sustentabilidade e economia social, e inovação, tecnologia e indústria. "Marcam a diferença no tecido empresarial português e têm uma relevância muito importante", garante Patrícia Madeira. E, frisa, além "de serem estratégicas para o país, são estratégicas para o Santander". "São áreas que queremos premiar, reconhecer, porque fazem a diferença e são inspiradoras."
Mais transformação
Se por um lado a agricultura tem feito uma grande transformação, incluindo digital, o turismo, que tinha um grande peso nas exportações de serviços antes da pandemia, viveu tempos difíceis. "Esteve em quase total recessão e está reinventar-se, a encontrar novas formas de captar clientes e a mostrar alguma resistência nesta nova disrupção que estamos a viver", afirmou Patrícia Madeira. No turismo, na categoria de alojamento e restauração, em 2020, 79% das suas empresas reduzirem o volume de vendas. Em contrapartida, na agricultura, a maioria das empresas aumentou o seu volume de faturação, e um pouco mais de 40% contraíram, segundo dados da Informa D&B.
"As empresas têm tido uma maior preocupação em colocarem estes critérios ESG (Environmental, Social & Corporate Governance) nas suas atividades, repensarem os seus modelos de negócio, sobretudo em aspetos como a descarbonização, e contribuir para uma maior economia verde. "Apoiamos as empresas a olharem para a sustentabilidade como um todo, não apenas na energia. Esta preocupação tem sido crescente, e está muito no top of mind da gestão as empresas serem mais sustentáveis e economicamente mais responsáveis", garante Patrícia Madeira.
Salientou que a economia social tem tido um papel fundamental ao longo dos anos em Portugal e que a sua modernização tem passado por uma maior especialização. Estas organizações (IPSS, Santas Casas, por exemplo) trabalham cada vez mais com planos de negócios focados para ajudar e promover o bem-estar, mas também com um horizonte de sustentabilidade de médio e longo prazo e mais profissionalização".
A banca ajuda à solução
A gestora do Santander salienta que hoje as empresas estão mais solventes, financeiramente mais fortes e mais estáveis, e que a banca fez parte da solução, por exemplo, através das moratórias. Há dois anos, o Santander, assim que começou o Covid-19, tomou ações imediatas para garantir que as empresas continuassem as suas atividades e mantivessem os seus negócios.
Nestes tempos conturbados, com uma guerra às portas da União Europeia, a estratégia é a mesma. Mas Patrícia Madeira não tem dúvidas de que vão ter de ser feitos ajustes por causa dos aumentos do preço dos combustíveis, das matérias-primas e das matérias intermédias. "Estamos próximos dos nossos clientes para perceber os seus planos de investimento, as alterações a fazer, como passar alguns investimentos de curto prazo para o médio e longo prazo, e para que os seus negócios continuem a fluir da melhor forma possível".
Uma ajuda poderá vir das iniciativas e ajudas e até execução dos fundos europeus, o PRR, com as suas subvenções. Estes apoios podem fazer com que empresas mantenham, pelo menos, estabilidade do ponto de vista de tesouraria e capacidade de fazer face a investimentos que já estavam previstos. "A nossa principal prioridade é pôr à disposição dessas empresas esses fundos, as linhas protocoladas que possam existir o mais rapidamente possível para que tenham uma estabilidade do ponto vista de tesouraria e de liquidez", conclui Patrícia Madeira.
Prémio: os critérios e o júri
O Prémio Portugal Inspirador, lado a lado com as empresas, visa distinguir e divulgar empresas e personalidades que se destacam em diferentes setores de atividade. Este prémio não tem candidaturas, é por seleção, e conta com um júri de 16 personalidades.
O Prémio Portugal Inspirador é uma iniciativa do Santander, Jornal de Negócios, Correio da Manhã e conta com a Informa D&B e a Accenture como "knowledge partners". O seu objetivo é dar visibilidade às empresas que atuam em território nacional e que se destacam pela sua capacidade de criar emprego, dinamizar o mercado, inovar, potenciar o desenvolvimento económico, e que, globalmente, mais contribuem para o crescimento da economia nacional.
O prémio tem quatro categorias: Agricultura, Turismo e Serviços, Sustentabilidade e Economia Social e Inovação, Tecnologia e Indústria. Dentro das categorias são atribuídos tês prémios - Prémio Grande Empresa, Prémio PME, Prémio Personalidade do Ano -, o que dá um total de 12 prémios a atribuir.
A seleção dos candidatos
A seleção dos candidatos tem os seguintes passos. Começou pela definição dos critérios para cada uma das categorias, realizada pela Accenture. A partir dos critérios predefinidos, a Informa D&B identifica e seleciona os candidatos e valida a elegibilidade das empresas. De seguida, a Informa D&B disponibiliza a informação aos jurados, quatro personalidades em cada uma das quatro categorias, que escolhem os vencedores.
Os jurados Agricultura
Gabriela Cruz, presidente da APOSOLO - Associação Portuguesa de Mobilização de Conservação do Solo;
Joaquim Pedro Torres, diretor-geral da Valinveste;
José Pedro Salema, presidente do Conselho de Administração da EDIA;
Sandra Tavares da Silva, enóloga da Wine & Soul.
Inovação, Tecnologia e Indústria
Carlos Oliveira, cofundador e presidente executivo da Fundação José Neves;
Paulo Pereira da Silva, presidente executivo da Renova;
Pedro Santa Clara, partner da Shaken not Stirred.
Sustentabilidade e Economia Social
Clara Raposo, presidente do ISEG;
Filipe Duarte Santos, presidente do Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável;
Maria do Céu Ramos, secretária-geral da Fundação Eugénio de Almeida;
Pedro Norton de Matos, fundador e organizador do Greenfest e do Bluefest.
Turismo e Serviços
Hélia Pereira, reitora da Universidade Europeia;
Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal;
Nuno Botelho, presidente da Associação Comercial do Porto.