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Filipe Núncio é agricultor produtor de arroz em Alcácer do Sal e tinha dificuldades para aceder aos mercados, e em conseguir preços justos para os seus produtos. Este foi o ponto de partida para a Agri Marketplace, que começou a tomar forma no projeto NAVES (Novas Aventuras Empresariais), apresentado por Filipe Núncio, José Eduardo Magalhães, Luís Silva e Tiago Pessoa, no âmbito do Executive MBA da AESE, que fizeram entre 2014 e 2016.
A Agri Marketplace (agrimp.com) é uma plataforma digital global que liga diretamente agricultores e organizações de produtores aos seus clientes agroindustriais, evitando a intermediação na cadeia de valor, permitindo uma maior transparência, um comércio mais justo e o acesso mais facilitado ao mercado global. Em 2019, recebeu um investimento de 600 mil euros da Portugal Ventures.
A pandemia de covid-19 veio revolucionar a forma como o mundo vive e se relaciona, acelerando o processo de implementação das plataformas de e-commerce como solução alternativa e fiável aos processos de troca tradicionais. Como é que a Agri Marketplace enfrentou a covid-19, e como é que vai enfrentar os novos desafios dela recorrentes?
Como plataforma de e-commerce B2B (business to business), a Agri Marketplace beneficiou em parte com a covid-19 pelo impacto que teve nos players do setor, tendo em conta os constrangimentos de movimentação e transporte dos mesmos para realizarem os seus contactos e transações comerciais através do método tradicional.
Como a nossa plataforma permite comprar e vender produtos agrícolas (quatro cereais, seis frutos secos, café e azeite) de uma forma global, sem que os compradores e vendedores tenham de sair de casa, a solução digital oferece uma solução alternativa do método tradicional aos agentes de mercado (vendedores e compradores) para enfrentar os desafios que a covid-19 nos coloca perante a impossibilidade de deslocações físicas.
Por outro lado, a digitalização do processo de transações B2B que a plataforma Agri Marketplace potencia levanta os desafios de conquista de confiança dos agentes quando estão em causa operações de elevados volumes financeiros (média de operação superior a 50 mil euros) e entre pessoas que não se conhecem e produto que não podem ver, mas somente aprovar uma amostra física.
Desta forma, para dar resposta a estes desafios, fizemos uma aposta muito forte nos processos de garantia da segurança de pagamento com o BNP-Paribas/Lemonway, qualidade de produto com a SGS e logística com a Orey Shipping, com muita experiência e reconhecimento internacional em cada um dos seus setores de atividade. Assim, somos capazes de providenciar um serviço diferenciador e seguro aos agentes nesta cadeia de valor.
Em abril de 2020, lançaram Bairro By Agri Marketplace, uma mercearia online, de produtos agrícolas, que liga diretamente produtores, comerciantes e consumidores. Qual é o balanço que faz deste novo negócio?
Foi um projeto criado para ir ao encontro do apelo que nos chegava quase todos dias à empresa, das dificuldades que os agricultores de produtos agrícolas frescos tinham em chegar ao mercado. Este projeto de e-commerce B2C foi desenvolvido tendo por base a mesma tecnologia utilizada na Agri Marketplace, mas adaptada a um mercado e produtos de características bem diferentes dos produtos atualmente transacionados na Agri Marketplace B2B e com o objetivo de ser totalmente gratuito para os seus utilizadores.
A experiência foi muito positiva, com o pico de transações a ocorrerem na fase inicial da primeira vaga da pandemia e do período de confinamento, tendo-se registado uma redução da sua atividade quando os períodos de confinamento terminaram. A experiência, apesar de positiva, só foi adotada pelo mercado como plano alternativo de contingência, sendo que na nossa opinião, o modo de compra diário de produtos frescos em circuitos curtos e de proximidade ainda não se converteu numa alteração de comportamento para um formato totalmente digital.
Quais são as expectativas da Agri Marketplace relativamente ao Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-2030?
As expectativas que temos relativamente ao Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-2030, é de que os programas de apoio às empresas sejam um acelerador do processo de transformação digital que a agricultura e a agroindústria tanto necessitam para consolidarem os seus processos nas áreas de inovação, tecnologia de precisão, digitalização, melhorando a comunicação com os consumidores, para que estes valorizem cada vez mais estas novas práticas sustentáveis de produção e adotem novos hábitos de consumo que, hoje em dia, são cada vez mais orientados para dar resposta a uma alimentação mais saudável da população em geral.
A Agri Marketplace (agrimp.com) é uma plataforma digital global que liga diretamente agricultores e organizações de produtores aos seus clientes agroindustriais, evitando a intermediação na cadeia de valor, permitindo uma maior transparência, um comércio mais justo e o acesso mais facilitado ao mercado global. Em 2019, recebeu um investimento de 600 mil euros da Portugal Ventures.
A pandemia de covid-19 veio revolucionar a forma como o mundo vive e se relaciona, acelerando o processo de implementação das plataformas de e-commerce como solução alternativa e fiável aos processos de troca tradicionais. Como é que a Agri Marketplace enfrentou a covid-19, e como é que vai enfrentar os novos desafios dela recorrentes?
Como plataforma de e-commerce B2B (business to business), a Agri Marketplace beneficiou em parte com a covid-19 pelo impacto que teve nos players do setor, tendo em conta os constrangimentos de movimentação e transporte dos mesmos para realizarem os seus contactos e transações comerciais através do método tradicional.
Como a nossa plataforma permite comprar e vender produtos agrícolas (quatro cereais, seis frutos secos, café e azeite) de uma forma global, sem que os compradores e vendedores tenham de sair de casa, a solução digital oferece uma solução alternativa do método tradicional aos agentes de mercado (vendedores e compradores) para enfrentar os desafios que a covid-19 nos coloca perante a impossibilidade de deslocações físicas.
Por outro lado, a digitalização do processo de transações B2B que a plataforma Agri Marketplace potencia levanta os desafios de conquista de confiança dos agentes quando estão em causa operações de elevados volumes financeiros (média de operação superior a 50 mil euros) e entre pessoas que não se conhecem e produto que não podem ver, mas somente aprovar uma amostra física.
Desta forma, para dar resposta a estes desafios, fizemos uma aposta muito forte nos processos de garantia da segurança de pagamento com o BNP-Paribas/Lemonway, qualidade de produto com a SGS e logística com a Orey Shipping, com muita experiência e reconhecimento internacional em cada um dos seus setores de atividade. Assim, somos capazes de providenciar um serviço diferenciador e seguro aos agentes nesta cadeia de valor.
Em abril de 2020, lançaram Bairro By Agri Marketplace, uma mercearia online, de produtos agrícolas, que liga diretamente produtores, comerciantes e consumidores. Qual é o balanço que faz deste novo negócio?
Foi um projeto criado para ir ao encontro do apelo que nos chegava quase todos dias à empresa, das dificuldades que os agricultores de produtos agrícolas frescos tinham em chegar ao mercado. Este projeto de e-commerce B2C foi desenvolvido tendo por base a mesma tecnologia utilizada na Agri Marketplace, mas adaptada a um mercado e produtos de características bem diferentes dos produtos atualmente transacionados na Agri Marketplace B2B e com o objetivo de ser totalmente gratuito para os seus utilizadores.
A experiência foi muito positiva, com o pico de transações a ocorrerem na fase inicial da primeira vaga da pandemia e do período de confinamento, tendo-se registado uma redução da sua atividade quando os períodos de confinamento terminaram. A experiência, apesar de positiva, só foi adotada pelo mercado como plano alternativo de contingência, sendo que na nossa opinião, o modo de compra diário de produtos frescos em circuitos curtos e de proximidade ainda não se converteu numa alteração de comportamento para um formato totalmente digital.
Quais são as expectativas da Agri Marketplace relativamente ao Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-2030?
As expectativas que temos relativamente ao Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-2030, é de que os programas de apoio às empresas sejam um acelerador do processo de transformação digital que a agricultura e a agroindústria tanto necessitam para consolidarem os seus processos nas áreas de inovação, tecnologia de precisão, digitalização, melhorando a comunicação com os consumidores, para que estes valorizem cada vez mais estas novas práticas sustentáveis de produção e adotem novos hábitos de consumo que, hoje em dia, são cada vez mais orientados para dar resposta a uma alimentação mais saudável da população em geral.