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Isabel Vaz: “Inteligência artificial vai fazer a revolução na área do cancro”

A capacidade de processar e interpretar grandes quantidades de informação será fundamental na detecção e tratamento de doenças como o cancro e outras doenças crónicas, antevê Isabel Vaz, CEO do grupo Luz Saúde.

Bruno Simões brunosimoes@negocios.pt 13 de Julho de 2016 às 14:10
Miguel Baltazar/Negócios
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Isabel Vaz está entusiasmada com os avanços que a inteligência artificial vai trazer em doenças como o cancro. "O que vai fazer a revolução é a inteligência artificial, no cancro, nas doenças crónicas do século XXI", que estão "a revolucionar toda a cadeia de valor em todo o sector da saúde", afirmou, na conferência anual do Negócios, que decorreu esta manhã, em Lisboa, com o tema "(r)evolução Digital". Actualmente já é feita a recolha de muitos dados clínicos, mas ainda falta uma efectiva capacidade de interpretação. Quando isso acontecer, o sector vai evoluir.

 

"A grande inovação reside em como digerir grandes quantidades de informação para termos decisões personalizadas", assinala Isabel Vaz. Com uma leitura exaustiva de dados, isso será possível. "Os computadores de alto processamento vão ter uma palavra a dizer no cancro, no genoma, nos ‘predictive factors’ da doença". Já "hoje se consegue ver quais os factores dos próprios tumores que afectam o tratamento dos próprios tumores".

 

Ou seja, a disponibilização de enormes bases de dados vai permitir uma mais rápida identificação de tumores e permitirá um tratamento mais personalizado.

 

Portugal tem "uma coisa fantástica que é o Serviço Nacional de Saúde" e pode aproveitar para aí recolher muita informação, que depois pode ser utilizada para melhorar os tratamentos e a prevenção. "Tem um manancial de 10 milhões de pessoas a dar dados. Se se conseguirem analisar com recurso a inteligência artificial e à análise da informação, a inovação vai acontecer na prevenção da saúde, nos cuidados primários e nas doenças crónicas, que serão o grande factor de pressão nas contas públicas nos próximos anos", antevê.

 

Sociedade é mais produtiva com melhor saúde

 

O facto de as pessoas viverem agora durante mais anos "cria grandes pressões sobre o sistema de saúde, sobretudo nos modelos europeus, que são solidários". Mas nem tudo são números. "É preciso ver, do ponto de vista da economia da saúde, os ganhos que vêm para a sociedade. Uma sociedade em que pessoas tratam melhor da sua saúde é uma sociedade mais feliz, mais produtiva", realça.

 

Mas o digital também pode trazer problemas. "O grande problema do sector da saúde é que os gastos não têm sido acompanhados pelo aumento de riqueza dos países, esse é que é o drama", admite. "O digital vai trazer mais pressões sobre isso porque todos nós" temos "acesso à informação", o que vai obrigar os operadores de saúde a "portarem-se de forma diferente", com mais transparência.

 

Apesar disso, "gosto de ver as coisas com o copo meio cheio, ou totalmente cheio, e os próximos anos serão extraordinários para vida das pessoas através do sector da saúde, que é transaccionável e global", rematou.

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