Cristina Camus sublinha que existe "tanta coisa" que pode e deve ser melhorada nesta área que se pode começar pela incorrecta utilização que nós fazemos da energia e da água. "Desperdiçamos tanto e estamos claramente a comprometer as gerações futuras. Infelizmente, acho que estamos atrasados no controlo das alterações climáticas. As pessoas não querem mudar os seus hábitos e só o irão fazer quando não houver outro remédio", avisa. O exemplo mais comum que existe é o da utilização do automóvel privado, responsável por grande parte das emissões de GEE (gases com efeito de estufa). "Já há cidades na Alemanha que estão a pensar proibir os veículos a diesel. Será uma medida, mas não sei que implicações terá. Resta saber se todos os países respeitam os acordos estabelecidos sobre o clima e se todos os governos estão na disposição de aplicar as medidas necessárias para se atingirem os objectivos propostos."
António Sá da Costa reforça que os investidores precisam de ter previsibilidade para os seus investimentos para conseguirem obter financiamento bancário a taxas de juros mais baixas, garantindo custos para o sistema – isto é, para os consumidores – mais baixos. "É necessária uma definição da política energética para o país, que deve ser debatida com todos os actores do sector", aponta.
No que diz respeito à legislação que se encontra em vigor, o responsável máximo da APREN diz que está "praticamente tudo bem". O que é necessário é que a legislação seja aplicada "correctamente, dentro dos prazos estipulados e sem equívocos". "As questões que necessitam de regulamentação são quase só de natureza técnica e muito específicas", conta.