Portugal foi o primeiro país da Europa e um dos três a nível mundial (com o Japão e os EUA) a introduzir no mercado o primeiro automóvel 100% elétrico de produção em massa: o Nissan LEAF. Corria então o ano de 2010.
Uma dúzia de anos depois, acredita-se que o futuro da mobilidade passará por uma cada vez maior eletrificação dando corpo ao abandono, na Europa, das motorizações térmicas convencionais.
Numa altura em que se sabe que os transportes em Portugal são responsáveis por cerca de 37% do consumo total de energia final, o valor mais elevado entre todos os setores, importa considerar novas formas de mobilidade e de utilização eficiente e racional dos recursos energéticos nas diversas redes de transporte do nosso país.
São várias as opções que aqui se colocam como a utilização do transporte público em detrimento do transporte individual, mas a mobilidade elétrica e o correto cálculo da pegada de carbono acabam por ser determinantes na persecução de um futuro mais eficiente em termos energéticos.
A mobilidade elétrica visa melhorar a qualidade de vida, sobretudo em ambiente urbano, através da redução das emissões de poluentes atmosféricos locais, e é uma das alternativas disponíveis para minimizar os impactos negativos do setor dos transportes tradicional por via de uma energia mais verde.
E o mercado tem dito "sim" às propostas apresentadas. Segundo a UVE – Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos, o parque automóvel português de modelos 100% elétricos ou eletrificados (incluindo-se aqui os híbridos plug-in) está já acima das 100.000 unidades, o que representa uma quota de mercado anual deste tipo de modelos de cerca de 20% das vendas totais de automóveis no nosso país. Assim sendo, nos últimos três anos, o país passou dos 20.000 automóveis elétricos em 2020 para os 30.000 em 2021 e, este ano, contam-se já mais de 10.000 unidades vendidas em Portugal, refere a UVE.
Onde fica a pegada de carbono?
A pegada de carbono pode ser entendida como a pegada ambiental associada a um produto, serviço ou organização. Ou seja, é um indicador das emissões de GEE associadas à produção/utilização desses mesmos produtos, serviços ou organizações. A ideia está muito ligada aos meios de transporte e, nomeadamente, ao automóvel. Mas o cálculo da pegada de carbono associada a uma viagem (de carro, comboio ou outro meio de transporte) é uma boa forma de se compreender qual o verdadeiro impacto ambiental das deslocações efetuadas.
E este é um tema particularmente sensível quando falamos de energia e ambiente, numa altura em que se sabe que Portugal entrou este ano em défice ambiental seis dias mais cedo do que em 2021.