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Fecho dos mercados: Guerra comercial atira bolsas e juros da Zona Euro para mínimos
As principais praças europeias registaram quedas superiores a 1%, com o índice Stoxx600 em mínimos de 8 de março, numa altura em que volta a crescer a tensão entre os EUA e a China. Os juros das dívidas caem, com a "yield" de Portugal a 10 anos a registar um novo mínimo histórico e a alemã em mínimos de julho de 2016.
Os mercados em números
PSI-20 recuou 1,19% para 5.045,81 pontos
Stoxx 600 perdeu 1,43% para 370,51 pontos
S&P500 cai 1,24% para os 2.767,63 pontos
Juro das obrigações do Tesouro a 10 anos descem 6,8 pontos base para 0,843%
Euro desliza 0,22% para os 1,1136 dólares
Petróleo em Londres desce 1,43% para os 69,11 dólares
Possível escalada na guerra comercial derruba bolsas
As principais bolsas europeias registaram quedas acentuadas na sessão desta quarta-feira, 29 de maio, dia em que a especulação em torno de uma nova escalada na disputa comercial entre a China e os Estados Unidos causou receios nos mercados, o que contribui para Wall Street ter também recuado para mínimos de três meses.
O índice de referência europeu Stoxx 600 perdeu 1,43% para 370,51 pontos, num dia em que apesar de ter chegado a tocar no valor mais alto em três semanas acabou depois por recuar para mínimos de 8 de março. Já o lisboeta PSI-20 transacionou em mínimos de 17 de janeiro com o setor papeleiro a penalizar, tendo terminado o dia a resvalar 1,19% para 5.045,81 pontos.
A especulação sobre a possibilidade de Pequim interromper o fornecimento de metais raros utilizados no fabrico de computadores, smartphones e veículos elétricos a provocar dúvidas junto dos investidores e a levar à respetiva retração e deslocamento para ativos considerados menos voláteis do que os títulos acionistas acabou por levar às fortes quedas verificadas nas bolsas do velho continente.
Bruxelas tira força ao euro, Mueller impulsiona dólar
A moeda única europeia segue a perder 0,22% para os 1,1136 dólares, apresentando a terceira sessão de quebras consecutiva. O euro é apanhado no sentimento negativo que inunda as praças europeias numa altura em que a discórdia entre Bruxelas e Roma em relação à dívida pública transalpina se agiganta.
Por seu lado, a nota verde ganha força relativamente à maioria das divisas num dia marcado pelas declarações Robert Mueller, o responsável pela investigação que se debruça sobre o papel de Trump numa possível interferência russa nas eleições que o tornaram presidente dos Estados Unidos. Mueller assumiu publicamente não ter conseguido reunir evidências que pudessem levar à acusação formal de Donald Trump na justiça.
Juros portugueses com novo mínimo histórico e alemães desde 2016
Os juros das dívidas públicas na área do euro negoceiam em queda generalizada esta quarta-feira. O destaque vai novamente para a "yield" associada aos títulos soberanos de Portugal que recuou pelo sétimo dia consecutivo para registar um novo mínimo de sempre. Nesta fase, a taxa de juro associada aos títulos soberanos portugueses a 10 anos recua 6,8 pontos base para 0,843%.
Também a "yield" correspondente às "bunds" alemãs a 10 anos 1,7 pontos base para -0,181%, num dia em que negoceia em mínimos de julho de 2016.
Até mesmo os juros relativos à dívida a 10 anos de Itália transacionada no mercado secundário de dívida alivia hoje após duas subidas, estando a ceder 4,2 pontos base para 2,637%, isto no dia em que chegou a Roma uma carta da Comissão Europeia a pedir esclarecimentos sobre o motivo para a dívida pública do país continuar a crescer. Ainda assi, analistas citados pela Reuters não antecipam uma atitude demasiado severa de Bruxelas num contexto de reformulação do panorama político europeu, o que acabou por não inverter o ciclo de quedas generalizadas dos juros das dívidas na Zona Euro.
Crude em mínimos de março
O barril de petróleo negociado em Nova Iorque, o West Texas Intermediate, já chegou a perder 3,38% para os 57,14 dólares, descendo assim para um mínimo de 13 de março. As cotações do WTI seguem com quebras na ordem dos 2,5%. Deste lado do Atlântico, o londrino Brent respeita a mesma tendência negativa, ao deslizar 1,43% para os 69,11 dólares. Este barril, que é referência para a Europa, resvala para o terreno negativo depois de três sessões sem quebras.
Após uma nova ameaça da China, a disputa comercial sino-americana continua a avolumar os receios de abrandamento económico global e, portanto, de quebras na procura, abalando desta forma os preços da matéria-prima.
Ouro ganha com reacender da tensão EUA-China
O recrudescer da tensão nas negociações entre os Estados Unidos e a China animou a negociação do ouro, que vê reforçado o valor enquanto ativo seguro, com o metal precioso a valorizar 0,30% para 1.283,40 dólares por onça