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Governo quer incentivos fiscais para investidores de ações e dívida portuguesa

A medida, que consta do programa de Governo, apoiará investidores que apliquem o seu dinheiro em obrigações e ações de empresas portuguesas, revelou o secretário de Estado do Tesouro e das Finanças, João Silva Lopes.

O secretário de Estado do Tesouro e das Finanças, João Silva Lopes
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O Governo conta com uma série de medidas para motivar os investimento em instrumentos financeiros, que alimentem o financiamento das empresas portuguesas. Durante a conferência anual da CMVM, o secretário de Estado do Tesouro e das Finanças, João Silva Lopes, revelou que o programa do Executivo prevê incentivos fiscais para investidores que apliquem o seu dinheiro em ações e obrigações de emitentes nacionais.

Além dos "incentivos fiscais para investidores em divida e ações de empresas portuguesas", João Silva Lopes salientou que do programa de Governo constam ainda "incentivos para a promoção da dívida corporativa" e "a criação de regimes fiscais favoráveis para empresas portuguesas de investigação e desenvolvimento". Questionado pelos jornalistas, à margem de conferência, se podia desenvolver como e quando seriam aplicadas estas medidas, o governante preferiu não comentar.

O Executivo quer ainda "promover plataformas de financiamento corporativo" e estimular "o capital de risco e os ‘business angels’". Além disso, João Silva Lopes garantiu que o Governo "não deixará de promover um programa regulatório", que assegure "uma supervisão eficiente e eficaz.

Durante o seu discurso, o secretário de Estado do Tesouro e das Finanças deixou claro que, a seu ver, "os pilares social, financeiro e ambiental devem andar em paralelo" e que para tal o Governo tem um programa, onde um dos objetivos é também assegurar "uma maior transparência dos instrumentos de financiamento" das empresas.

"Não há união do mercado que nos valha, se não defendermos os nossos interesses"

É preciso "vontade" para desenvolver o mercado de capitais em Portugal. O aviso foi dado logo na abertura desta conferência, pelo presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Luís Laginha de Sousa.

Durante a sua apresentação, Laginha de Sousa projetou a imagem do presidente francês Emanuel Macron, no âmbito do evento "Choose France", destinado a captar investimento para o país, e apesar de ter salvaguardado que "não temos de imitar ninguém", deixou claro que "não há uma união de mercado de capitais que nos valha", a nível europeu, "se não defendermos os nossos interesses, sem qualquer tipo de protecionismo".

Laginha de Sousa sublinhou a importância do mercado de capitais para a economia, e argumentou com números, que a seu ver, deviam ser "tidos em conta pelos decisores políticos". "Em média 72% das compras das empresas do PSI são realizadas junto de fornecedores locais e variam entre 2 mil fornecedores e muito próximo dos 17 mil", explicou.  

Além disso, o presidente da CMVM, defendeu o investimento em ações portuguesas, como uma forma rentável de aplicação das poupanças a longo prazo. E, mais uma vez, reforçou as suas palavras com valores.

A longo prazo o retorno do investimento das poupanças no "PSI geral gerou maior retorno do que os depósitos ou a dívida pública", frisou Laginha de Sousa.

Indo mais longe, e descontando os valores da inflação à rendibilidade destes investimentos, "contrariamente aos depósitos", com o investimento "no PSI geral teria ganho poder de compra", acrescentou o presidente da CMVM.

Durante o seu discurso, Laginha de Sousa lamentou que o PSI não tenha tanta abrangência setorial, como outros índices acionistas, o que levaria a um maior retorno do investimento na principal montra da bolsa de Lisboa. "O retorno podia ser ainda mais expressivo, se o PSI integrasse setores de grande dinamismo que ainda não estão representados", lamentou o líder da CMVM.



(Notícia atualizada às 10:14 horas).
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