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"Omicron": Nova variante sul-africana contagia "cripto". Moeda virtual dispara 900%

A criptomoeda Omicron (OMIC) disparou 147% só nas últimas 24 horas, depois da Organização Mundial da Saúde (OMS) ter batizado a nova variante sul-africana da covid-19 com esse mesmo nome.

As criptomoedas estão a viver uma      montanha-russa, este ano, com a bitcoin a tocar em máximos históricos e a afundar, logo de seguida.
Dado Ruvic/Reuters
29 de Novembro de 2021 às 19:17
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Podia ser propositado, mas não é. A criptomoeda Omicron (OMIC) disparou 147% só nas últimas 24 horas, depois da Organização Mundial da Saúde (OMS) ter batizado a nova variante sul-africana da covid-19 com esse mesmo nome.

O criptoativo disparou 483,9% na última semana, seguindo a tendência positiva acumulada de 538,8% dos últimos 14 dias.

Nas últimas 24 horas, a "Omicron", com o anúncio da farmacêutica Moderna, que se comprometeu a criar uma vacina com capacidade de combater a variante sul-africana, a cotação corrigiu 38,7% para os 370,9 dólares ( 328,77 euros, à taxa de câmbio atual), segundo os dados da CoinGecko.

Este criptoativo nasceu fruto de um "soft fork", na rede Ethereum, ou seja como um segundo caminho de mineração que deu origem a um criptoativo.

A criação do ativo virtual obedeceu ao protocolo OlympusDAO DeFi, sendo negociado em exclusivo na plataforma Swip Swap. O "White Paper" do ativo, uma espécie de documento fundador, não refere nenhuma relação entre esta criptomoeda e a nova variante ou qualquer outra questão ligada à saúde pública.

A Omicron é um projecto de mineração baseado nas "yields" norte- americanas. A OMIC é suportada por um cabaz de ativos, entre as quais a stablecoin correlacionada com o dólar.

Os detentores da OMIC podem emprestar as suas moedas e em troca recebem mais "tokens", ou seja, estamos a falar de um protocolo de finanças descentralizadas.

Squid Game e as "crypto suicídas"

As "dead coins" são ativos digitais de projetos que foram abandonados, que eram "scams", que têm baixa liquidez ou que têm financiamento insuficiente, entre muitas outras razões.

Segundo Nuno Mello, Analista XTB, "estima-se que seis em cada dez moedas com volumes de negociação insignificantes já não são suportadas pelos seus criadores".

As plataformas que seguem as dead coins consideram uma criptomoeda morta ou abandonada se tiver tido um volume inferior a 1.000 dólares no prazo de três meses. Neste momento estima-se que hajam mais de 1.600 "dead coins".

Criptoativos como "Dogecoin" e "Shiba Inu", duas moedas virtuais apadrinhadas por Elon Musk, foram inicialmente vistas como "futuras "dead coins", até que entraram no top 10 dos criptoativos mais negociados, mantendo a sua estrutura consolidada, ainda que altamente volátil, até para o mercado dos criptoativos.

Por sua vez, criptoativos, como "SquidGame", a emblemática criptomoeda que registou um crescimento de quatro dígitos é o mais "recente defunto desta lista".

A queda começou, no início de novembro, quando a criptomoeda, inspirada na série sul-coreana da Netflix com o mesmo nome, interrompeu a subida alucinante na ordem nos quatro dígitos, depois de os seus criadores terem roubado 2,1 milhões de dólares dos investidores, de acordo com a plataforma Gizmodo.

O furto aconteceu, depois de o preço do criptoativo ter atingido os 2,861 dólares, com uma capitalização de mercado superior aos dois milhões de dólares tendo caído entretanto para os 0,0031 dólares, uma queda de cerca de 11%, de acordo com os dados da Coin Market Cap.

O ‘token’ chegou a disparar 2.400 % em sete dias. A Coin Market Cap já tinha alertado que "é preciso ter algum cuidado antes de transacionar este ‘token’ já que "recebemos vários relatos de que os utilizadores não são capazes de vender este token na plataforma DeFi (finanças descentralizadas) Pancakeswap. Por favor, tenha cuidado durante a troca".

Entretanto, só na última semana, a cotação deste criptoativo caiu 31,2% para os 0,115824 dólares, de acordo com os dados da Coin Market Cap.

"Boa-fé" mata "cripto"

Na realidade, são muitos os investidores que na hora de investir não procuram perceber a credibilidade de um criptoativo.

"Sendo um mercado descentralizado é também importante verificar a credibilidade das pessoas por detrás do projeto. Inevitavelmente quem compra moedas na euforia, sem investigar um pouco, como foi o caso dos seguidores da série da Netflix squid game que foram a correr comprar a squid coin, correm o risco de perderem todo o seu capital", explica Nuno Mello.

"Aconselha-se pois bom senso, discernimento e sobretudo para os investidores menos experientes, focarem-se apenas nas 20 moedas com mais capitalização (poderá ser consultado no site coinmarketcap.com)", alerta o analista.

Questionado pelo Negócios se esta poderia ser uma futura dead coin, o especialista sublinhou que  "parece-me óbvio, que os compradores duma moeda que em três dias passou a valer mais de 400 milhões de dólares, entraram numa bolha".

"O mais provável é que regresse para os valores e para os volume diários com que negociava no principio do mês em torno dos 65 dólares. Não sendo uma "dead coin", negociou na última semana com volumes diários sempre inferiores a 5000 dólares", frisa Nuno Mello.

Mercado dos criptoativos recupera da queda

O aparecimento da nova variante sul-africana abalou os mercados, e os criptoativos não foram execeção. Depois de recuar 8% e chegar próximo dos 53.300 dólares, na passada sexta-feira, a Bitcoin estava a ser negociada em alta de 8,9%, para 58.584,16 dólares.

A tendência foi seguida pelas 100  principais criptomoedas, exceto seis ativos: Amp (AMP), Elrond (EGLD), Basic Attention Token (BAT), Filecoin (FIL), Theta Fuel (TFUEL) e THORChain (RUNE), que recuam entre 1% e 5,6%.

 

 

 

 

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