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Wall Street perde em dia de bruxaria tripla

A sessão foi marcada por maior volatilidade devido ao fenómeno "triple witching", nome dado ao dia em que se dá o vencimento em simultâneo de três contratos.

Os lucros do JPMorgan, Wells Fargo e Citigroup subiram 35%, 60% e 2%, respetivamente, no terceiro trimestre.
Andrew Kelly/Reuters
15 de Março de 2024 às 20:29
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As bolsas norte-americanas encerraram no vermelho, penalizadas por um "sell-off" nas empresas tecnológicas e num dia em que os investidores estão já de olhos postos na reunião da Reserva Federal (Fed) norte-americana, na próxima semana.

A sessão foi marcada por maior volatilidade devido ao fenómeno "triple witching" [bruxaria tripla em português], nome dado ao dia em que se dá o vencimento em simultâneo de três contratos - opções sobre ações e sobre índices de ações e futuros sobre ações. Este fenómeno ocorre quatro vezes ao ano: março, junho, setembro e dezembro.

O S&P 500, referência para a região, cedeu 0,65% para 5.117,09 pontos, o industrial Dow Jones recuou 0,49% para 38.714,77 pontos, e o tecnológico Nasdaq Composite deslizou 0,96% para 15.973,18 pontos. No acumulado da semana o saldo também foi negativo, com os três índices a registarem perdas.

Entre as principais movimentações esta sexta-feira, a Adobe afundou 13,67% para 492,46 dólares após ter apresentado receitas ligeiramente abaixo do esperado. Já a Nvidia cedeu 0,12% para 878,36 dólares, apesar de no acumulado da semana ter, pela décima semana consecutiva, terminado com saldo positivo.

"É um dia em que a direção dos mercados é muito, muito difícil de prever", afirmou Matt Maley, analista na Miller Tabak, em declarações à Bloomberg.

Este dia, que é muitas vezes aproveitado pelos investidores para reajustarem as suas posições, ocorre antes de uma semana que será crítica. A Reserva Federal (Fed) norte-americana tem encontro marcado na quarta e quinta-feira, com o discurso de Jerome Powell, presidente do banco central agendado para o final da reunião.

Apesar de ser esperado que a Fed mantenha os juros num intervalo entre 5,25% e 5,5%, as palavras de Powell, assim como a divulgação do "dot plot" (mapa que mostra como cada representante do banco central estima as mexidas nos juros diretores) serão vistos com muita atenção. Qualquer sinal que aponte para um corte dos juros depois de junho - data em que o mercado espera a primeira descida - ou uma redução menos expressiva este ano poderá afetar negativamente as ações. Isto apesar de o mercado já admitir a hipótese de o alívio começar apenas em julho.

Isto porque, apesar da ligeira subida da inflação em fevereiro (para 3,2%), os economistas não esperam uma alteração da posição da Fed para o acumulado do ano, apontando para três cortes dos juros em 2024 e quatro em 2025, segundo um inquérito da Bloomberg.

Ainda assim, o caminho para atingir a meta da Fed para a inflação - 2% - tem-se mostrado mais díficil do que o desejado, com os decisores e política monetária a defenderem que são precisos mais dados que comprovem que a trajetória de descida é definitiva.  

"O corte mais cedo possível será em junho, apesar de que não ficariamos chocados que fosse adiado algures para mais tarde este ano se os dados continuarem robustos", defendeu Carol Schleif, da BMO Family Office, em declarações à Bloomberg.
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