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SDC negoceia 19% acima do preço da OPA no último dia da oferta
As acções já estiveram a negociar em máximos de Setembro nos 3,2 cêntimos, o que compara com o preço da OPA de 2,7 cêntimos.
A SDC Investimentos está em forte alta na bolsa esta sexta-feira, 2 de Junho, dia em que termina o prazo da oferta pública de aquisição (OPA) lançada pela Investéder.
As acções sobem 7,41% para 2,9 cêntimos, aliviando de uma subida máxima de 18,52% para 3,2 cêntimos, a cotação mais elevada desde Setembro do ano passado. Valores que comparam com o preço da OPA, de 2,7 cêntimos, a que os títulos têm negociado nos últimos dias.
Uma valorização sem justificação aparente, já que a oferta em curso deverá ter sucesso e não se perspectiva uma revisão em alta da contrapartida. Só esta manhã já foram transaccionadas mais de 5 milhões de acções, 10 vezes acima da média diária dos últimos seis meses.
A saída de bolsa é o destino provável para a SDC Investimentos após o fim da OPA, pois a Investéder tem essa intenção e o sucesso da oferta parece garantido. O Jornal Económico citou palavras de Manuel Fino, dono de 58,85% da SDC Investimentos, em que aquele anunciou a venda da sua participação à Investéder.
Em mercado, a Investéder já tem comprado acções ao valor da contrapartida oferecida, 2,7 cêntimos, tendo conseguido já uma posição de 13,767%. Se a saída de bolsa for mesmo o destino da SDC, a contrapartida a receber pelos accionistas deverá ser a mesma que está a ser oferecida na OPA, ou seja, 2,7 cêntimos.
Comprando a SDC Investimentos, a Investéder prevê a saída de bolsa. Desde logo, conseguindo mais de 90% do capital da sociedade, avança para o mecanismo de aquisição potestativa, em que os accionistas que não alienaram na OPA são depois obrigados a vender. A utilização deste mecanismo implica a saída de bolsa da empresa. Os resultados da OPA, que termina hoje, são divulgados na segunda-feira.
Mesmo não alcançando o limiar de 90% que permita a aquisição potestativa, a Investéder quer avançar para a retirada de bolsa. "A situação da sociedade visada continuará a aconselhar que seja seriamente ponderada a exclusão de negociação das acções no mercado regulamentado Euronext Lisbon", indica o prospecto da OPA.
A não existência de dividendos – e a "inviabilidade" de distribuí-los num "horizonte temporal razoável" – é um dos motivos para essa invocação, a par da redução da dimensão do activo, já que a empresa vendeu as participações na área das concessões.
Uma das alternativas seguidas é a convocação de uma assembleia-geral em que mais de 90% do capital dê o aval ao requerimento à CMVM que vise a perda da qualidade de sociedade aberta, como também aconteceu com o caso da Cimpor, que anunciou um procedimento semelhante na semana passada.
No futuro, a SDC Investimentos - ainda que com um grau de "elevada incerteza" - pode vir a vender a posição de 33% na Soares da Costa Construção ao accionista maioritário António Mosquito.