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BES cai menos de 5% a aliviar as perdas da manhã

As acções do BES chegaram a cair mais de 7% na parte da manhã, tendo recuperado até ao fecho para fechar com uma queda abaixo de 5%. Ainda assim persistem abaixo do preço a que as acções foram vendidas no aumento de capital.

Miguel Baltazar/Negócios
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As acções do Banco Espírito Santo fecharam a cair 4,65%, reduzindo a menos de metade as perdas que chegaram a registar durante a sessão.

 

No fecho da sessão as acções do banco cotavam nos 61,5 cêntimos, menos 4,65% do que na véspera. A meio da sessão chegaram a cair 10,7% para 57,6 cêntimos, tendo vindo a recuperar algum terreno até ao fecho.

 

Os problemas no Grupo Espírito Santo, que através da ESFG controla 25% do BES, tem vindo a penalizar o banco, numa altura em que os atrasos no reembolso de títulos de dívida do banco suíço do GES está a afastar os investidores dos títulos ligados ao grupo.

 

Esta foi a terceira sessão de fortes quedas para o banco ainda liderado por Ricardo Salgado, que na semana acumula uma desvalorização de 18,2%. Os títulos estão assim a negociar já bem abaixo do preço que os investidores pagaram pelas novas acções (65 cêntimos) no aumento de capital concretizado em Junho.

 

A queda das acções do Espírito Santo Financial Group foi mais acentuada, com os títulos a descerem 10,96% para 1,30 euros no dia em que a Moody’s cortou o "rating" da "holding" em três níveis, para Caa2.

 

Esta queda ocorre no dia em que o Negócios avança que alguns clientes do Banque Privée Espírito Santo, o banco de gestão de fortunas que o Grupo Espírito Santo (GES) tem na Suíça, estão a começar a organizar-se para avançarem em conjunto com queixas contra a instituição e a Espírito Santo International (ESI), "holding" de topo do GES.

 

Em causa está o facto de terem em atraso o reembolso de investimentos realizados em papel comercial da ESI e de outras sociedades do grupo que, alegam, lhes foram apresentados pelo banco suíço do GES como produtos sem risco, mas que agora estão sob a ameaça de incumprimento.

 

Dívida em mínimos

A contribuir para a queda das acções esta quarta-feira está a desvalorização dos títulos de dívida do BES. Segundo a Bloomberg, as obrigações subordinadas com maturidade em Novembro de 2023 estão a cair 4,87 cêntimos para 88,49 cêntimos, a cotação mais baixa de sempre.

 

"As notícias dos últimos dias estão a confirmar as suspeitas dos investidores sobre a dimensão dos problemas no topo do grupo", disse à Bloomberg Roger Francis, analista do Mizuho International, acrescentando que "há uma grande incerteza no mercado com as notícias de falhas nos pagamentos".

 

O banco que está a atrasar o reembolso de dívida aos clientes não é detido pelo BES, sendo antes controlado pelo GES. A ESFG, detida pelo GES, controla 25% do capital do banco ainda liderado por Ricardo Salgado.

 

Efeito positivo da nova gestão durou pouco

 Na sexta-feira, 4 de Julho, as acções do BES chegaram a ganhar mais de 8% após ser noticiado que Vítor Bento iria ocupar o lugar de Ricardo Salgado à frente do banco. Nesse dia, as acções do BES fecharam a negociar nos 0,752 euros, resultado da subida de 8,20%. Durante a sessão, chegaram a avançar mais de 9%, tocando nos 0,759 euros.

 

Esta segunda-feira, os títulos do banco regressaram às quedas e acumulam, entretanto, três sessões de perdas. O mercado está agora a avaliar o BES em 3.459 milhões de euros.

 

Recorde-se que os títulos do BES têm vindo a ser fortemente penalizados devido às alterações que a instituição vai realizar no seio da administração. Primeiro, surgiu a instabilidade provocada pelo anúncio da saída de Ricardo Salgado e da indefinição sobre quem seria o seu sucessor na liderança da instituição. De seguida, surgiu mais uma notícia negativa para o banco. O Grupo Espírito Santo (GES) está sob pressão para encontrar financiador para os 900 milhões de euros de papel comercial subscrito pela Portugal Telecom. Uma aplicação que vence a 15 e 17 de Julho.

 

E hoje a notícia de que alguns clientes do Banque Privée Espírito Santo, o banco de gestão de fortunas que o Grupo Espírito Santo (GES) tem na Suíça, estão a começar a organizar-se para avançarem em conjunto com queixas contra a instituição e a Espírito Santo International (ESI), "holding" de topo do GES, volta a pressionar as acções.

 

No meio da tensão, o Banco Espírito Santo já perde 34,5% desde o início do ano, e está a ser determinante para o facto do PSI-20, que chegou a subir quase 18% no ano no início de Abril, já estar em terreno negativo.

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