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IMF – BCE subiu taxas em 50 pontos base

Governador do BOJ crê possível uma redução adicional nas taxas de juro; BCE subiu taxas em 50 pontos base; Petróleo em mínimos de dezembro de 2021; Ouro em máximos de abril de 2022

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| Governador do BOJ crê possível uma redução adicional nas taxas de juro

Após se ter verificado uma elevada volatilidade do setor bancário do mercado ocidental, que reduziu as expectativas de subida das taxas de juro de alguns dos principais bancos centrais a nível mundial, o ainda governador do Banco Central do Japão (BoJ), Haruhiko Kuroda, afirmou haver a possibilidade de as taxas de juro do iene serem cortadas. No entanto, Kuroda mencionou que, apesar de tal corte ser possível, o mesmo não poderia ser demasiado profundo, visto que uma queda das taxas para os -2% ou -3% iria causar uma "grande disrupção" no sistema bancário. É de mencionar que o Kuroda irá abandonar o cargo em abril. Seguidamente, o primeiro-ministro, Fumio Kishida, indicou que o governo japonês tem de trabalhar de forma próxima e coordenada com o BoJ e com as autoridades internacionais de forma a monitorizar os efeitos dos problemas do setor bancário ocidental no sistema financeiro japonês. Kishida ainda mencionou que, até ao momento, o sistema financeiro do Japão permanece estável, sem ter sido influenciado pelas turbulências ocidentais. O iene tem vindo a valorizar, num movimento habitual de aversão ao risco.

Em termos técnicos, na última semana, o Eur/Jpy apresentou perdas extensas, tendo quebrado em baixa o seu suporte dos 142,5 ienes. O par pode ressaltar caso se aproxime novamente do suporte nos 140 ienes.

| BCE subiu taxas em 50 pontos base

Num contexto de turbulência dos mercados financeiros, criada pela instabilidade do setor bancário, o BCE decidiu subir as taxas de juro de referência em 50 pontos base, levando a que a taxa de depósitos suba para 3%, sendo este o nível mais elevado desde finais de 2008. Na conferência de imprensa após a reunião, Christine Lagarde, presidente do BCE, indicou que a trajetória futura dos juros é "imprevisível", o que consistiu numa alteração relevante na comunicação do BCE. Até aqui tinha sido dito que haveria mais subidas depois de março, mas as próximas decisões estarão dependentes dos dados divulgados até a cada respetiva reunião, sendo que a "incerteza é elevada". Lagarde disse que o Conselho de Governadores está a monitorizar de forma atenta as tensões nos mercados financeiros [após o colapso do SVB e as dificuldades do Credit Suisse], estando pronto para reagir caso seja necessário, de forma a preservar a estabilidade financeira, mas também dos níveis dos preços na Zona Euro. Atualmente, o mercado está a descontar apenas mais uma subida de 25 pontos base este ano, mas fica a sensação de que se a turbulência passar, o BCE poderá retomar o caminho das subidas. Assim, Peter Kazimir e Gediminas Simkus, presidentes dos bancos centrais da Eslováquia e Lituânia, respetivamente, apoiaram incrementos futuros, apresentando-os como necessários para a instituição conseguir reduzir a sua inflação para níveis próximos da sua meta de 2%.

A nível técnico, na última semana o Eur/Usd recuou até níveis próximos do seu suporte nos $1.05, voltando a quebrar em baixa a linha de tendência ascendente (vermelho). Espera-se que, no longo prazo, o par se mantenha entre o suporte horizontal nos $1.05 e a sua resistência nos $1.08.

| Petróleo em mínimos de dezembro de 2021

Na semana passada, os preços do crude estiveram em queda, recuando para mínimos de mais um ano, pressionados pela turbulência no setor bancário que gerou preocupações sobre a possibilidade de acontecer uma crise financeira e, eventualmente, económica.

O preço do petróleo apresentou perdas extensas, tendo recuado até ao seu mínimo de dezembro de 2021, nos $65.5. Assim, quebrou em baixa diversos suportes ao longo da semana, sendo esperado que, no curto prazo, realize uma correção em alta.

| Ouro em máximos de abril de 2022

O ouro registou uma subida significativa na semana passada, enquanto as turbulências do setor bancário, nomeadamente a falência do SVB e os problemas do Credit Suisse, alimentaram os receios sobre uma crise financeira global. O ouro beneficiou do contexto de aversão ao risco, visto ser encarado como um ativo de refúgio.

Na última semana, o ouro quebrou em alta a resistência a $1 950/onça. O caminho para o metal precioso no curto prazo está incerto, visto depender da estabilidade do setor bancário.


As análises técnicas aqui publicadas não pretendem, em caso algum, constituir aconselhamento ou uma recomendação de compra e venda de instrumentos financeiros, pelo que os analistas e o Jornal de Negócios não podem ser responsáveis por eventuais perdas ou danos que possam resultar do uso dessas informações. Caso pretenda ver esclarecida alguma dúvida acerca da Análise Técnica, por favor contactar a IMF ou o Jornal de Negócios.
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