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De Sebastião Bugalho a Marta Temido: quem são os candidatos às europeias?
Eleições Europeias ocorrem a 9 de junho e já quase todos os partidos revelaram quem serão os cabeças de lista. Na segunda-feira, a surpresa foi para Sebastião Bugalho (AD) e Marta Temido (PS).
Em 2019 Sebastião Bugalho foi escolhido para integrar a lista do CDS em sexto lugar, e representar o círculo de Lisboa, mas não tendo sido eleito deputado regressou ao jornalismo, acabando assim por seguir os passos dos pais João Bugalho e Patrícia Reis. A sua carreira tinha começado no jornal i e depois no semanário Sol nos quais assinou peças principalmente de política nacional, tendo passado mais tarde a comentador da TVI24 e a "analista político". Pelo caminho foi granjeando algumas polémicas. Em 2021 a Sábado deu conta de que estava a ser investigado pela PSP pelo crime de violência doméstica. Agora, estava na SIC Notícias como comentador quando foi anunciado como cabeça de lista da Aliança Democrática (AD) às europeias.
Também na Iniciativa Liberal é o ex-líder Cotrim de Figueiredo quem encabeça a lista. Antes da política, o economista, de 62 anos, começou a sua vida profissional no negócio dos cabides, quando ainda tinha 15 anos. "Fui bastante gozado, mas cresci muito naquele mês", contou em 2015 à Sábado.
Além disso, foi também gestor e empresário, tendo até 2006 exercido diversos cargos em empresas como a Compal e a Nutricafés, no entanto, acabou por se demitir ao alegar impossibilidade em garantir condições essenciais para o sucesso dos projetos. Em novembro de 2013 assumiu a presidência do Turismo de Portugal, onde se demarcou, por ter mudado o foco da promoção turística para o online.
O investigador Francisco Paupério irá liderar a lista do Livre. Com apenas 28 anos, é biólogo e especializado em bioinformática. Hoje em dia encontra-se a fazer um doutoramento em Biologia Integrativa e Biomedicina, no Instituto Gulbenkian de Ciência, onde estuda a evolução das bactérias através de métodos in silico, mas antes foi também Data Scientist numa start-up, explicador por contra própria, e chegou até a escrever um artigo de opinião para a revista Visão.
A sua eleição nas primárias do Livre acabaram por gerar polémica, tendo estado em cima da mesa uma mudança de critérios da votação numa segunda volta.
Já António Tânger Corrêa, atual vice-presidente do Chega e número um na lista às europeias, foi diplomata e antigo militante do CDS. Ao longo dos seus 71 anos, destacam-se as suas funções enquanto embaixador de Portugal em Doha, Egito, Lituânia, Telavive, Belgrado, Sarajevo e Pequim.
Marta Temido, que desempenhou funções enquanto ministra da Saúde durante os três governos de António Costa, irá encabeçar as listas do PS. Com 50 anos a administradora hospitalar desempenhou cargos como administradora (não executiva) do conselho de administração do Hospital da Cruz Vermelha, assim como sub-diretora do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, da Universidade Nova de Lisboa.
Doutorada em Saúde Internacional pelo Instituto de Higiene e Medicina Tropical, na Universidade Nova de Lisboa, detém ainda um mestrado em Gestão e Economia da Saúde e uma licenciatura em Direito, pela Universidade de Coimbra. Destacou-se por ter sido a líder da pasta da Saúde durante a pandemia de covid-19.
Os pequenos
Rui Fonseca e Castro, que foi eleito pelo partido Ergue-te, é um antigo juiz português cujo seu historial ficou marcado por diversas polémicas. Negacionista da pandemia da covid-19, o antigo secretário-geral do partido Alternativa Democrática Nacional (ADN) já foi alvo de um processo disciplinar do Conselho Superior da Magistratura, devido a um vídeo que publicou nas redes sociais e onde chamou o antigo presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, de "pedófilo" – o que a 7 de abril de 2021 resultou na sua expulsão da magistratura nacional. Rui Fonseca e Castro foi ainda alvo de uma queixa levada a cabo pela PSP, quando durante o policiamento de uma manifestação e desafiou o diretor nacional da PSP para um combate de MMA.
"Se o Sr. Magina ganhar, eu páro com tudo. Páro imediatamente com tudo. Desapareço do Facebook, desapareço de todo o lado. Vou reconduzir-me à minha insignificância. Se eu ganhar, o Sr. Magina vai à televisão e vai dizer: 'Eu sou um idiota, um fantoche, um pau-mandado do Governo e só estou neste cargo por ser maçon", disse na altura através da Associação Habeas Corpus – a conta de Facebook através da qual costumava divulgar as suas teorias negacionistas. Já no Youtube chegou a anunciar, segundo o Correio da Manhã, diversos "cursos jurídicos" sobre como escapar às multas de trânsito entre 15 a 20 euros.
Nascida em Luanda, a psicóloga Joana Amaral Dias regressa às lides políticas desta feita pelo ADN. Depois de ter sido deputada pelo Bloco de Esquerda, entre 2002 e 2005, foi ainda mandatária da candidatura presidencial de Mário Soares, o que a levou a desfiliar-se do partido. Em seguida aproximou-se do Movimento Juntos Podemos, deste, salta para outro grupo político criado para concorrer às Legislativas de 2015, em coligação com o PTP e o MAS - o Agir. Dois anos depois, reaparece como candidata à Câmara de Lisboa pelo Nós, Cidadãos. Em 2024 deixa o campo da esquerda e salta para a direita conservadora.
"Perante tanta injustiça, há quem consiga ficar calado; perante as ameaças à paz, há quem consiga ficar calado; perante o ataque às nossas liberdades, há quem consiga ficar calado. Eu não sou assim, eu não consigo ficar de braços cruzados. Por isso sou a tua candidata ao Parlamento Europeu. Para ser a tua alternativa, para lutar pelos teus direitos e denunciar os lobbies e negociatas dos que se comportam como donos disto tudo", disse num vídeo partilhado nas suas redes sociais, quando anunciou a sua candidatura pelo ADN.
Joana Amaral Dias é ainda presença assídua no comentário televisivo. Tanto de canais de informação como generalistas e imprensa escrita.