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Zero defende expansão faseada do Metropolitano de Lisboa para se evitar perda de fundos

O financiamento do PRR prevê um investimento no Metropolitano de Lisboa de 400 milhões de euros para a expansão da Linha Vermelha, de São Sebastião até Alcântara, e 250 milhões de euros para a Linha Violeta, que ligará o Hospital Beatriz Ângelo por Odivelas a Loures, num total de 650 milhões de euros.

O investimento executado na futura linha circular na primeira metade de 2023 foi de 26,6 milhões de euros.
João Cortesão
05 de Agosto de 2024 às 07:13
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A organização ambientalista Zero apelou esta segunda-feira ao Governo para fasear o projeto de expansão do Metropolitano de Lisboa, evitando que se percam fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), e que aposte na eletrificação do transporte rodoviário coletivo.

Em comunicado enviado à Lusa, a Zero aponta que o Governo admitiu que "existe um risco muito elevado" das obras de expansão da Linha Vermelha e da Linha Violeta não estarem concluídas até final de 2026, pondo, assim, o risco da utilização de fundos do PRR, pelo sugere ao executivo que crie um "plano B" e "que aproveite a quase certa impossibilidade de concretização destes projetos no âmbito do PRR para os reavaliar".

O financiamento do PRR prevê um investimento no Metropolitano de Lisboa de 400 milhões de euros para a expansão da Linha Vermelha, de São Sebastião até Alcântara, e 250 milhões de euros para a Linha Violeta, que ligará o Hospital Beatriz Ângelo por Odivelas a Loures, num total de 650 milhões de euros.

Segundo a Zero, tanto o projeto da Linha Vermelha como o da Linha Violeta apresentam "graves deficiências" na articulação com a atual rede ferroviária e de metropolitano: "No atual projeto da Linha Vermelha, a inexistência de interface com a atual estação ferroviária de Campolide tem um impacto negativo estrutural permanente de elevada magnitude, pois, dessa forma, a capacidade da Linha de Cintura entre Sete Rios e a nova Estação Olaias/Chelas – que não pode ser alargada sem custos exorbitantes e já se encontra congestionada – ficará rapidamente esgotada".

"No caso do projeto da Linha Violeta, o seu interface com a Linha Amarela em Odivelas é ineficaz, pois faz-se em exterior descoberto e é demorado", refere-se no texto.

Perante isto, lê-se, "preocupada com a possibilidade de o Estado Português perder importantes fundos disponíveis para investir na promoção do transporte público e tendo em conta a possibilidade de corrigir falhas graves nos projetos originais, a Zero sugere que, em sede de Relatório de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução (RECAPE) e tendo em conta a Declaração de Impacto Ambiental (DIA) existente, os projetos sejam divididos em duas fases".

A primeira fase, diz a Zero, "poderá eventualmente ser executada até ao final de 2026 ao mesmo tempo que se ajustam os projetos de forma a permitir uma melhor articulação dos diferentes modos de transporte público".

Em relação à Linha Violeta, a Zero sugere que o "Projeto de Execução incida apenas no troço entre Santo António dos Cavaleiros e a atual estação de metro de Odivelas, promovendo um verdadeiro interface com a atual linha Amarela, com o objetivo de eliminar áreas descobertas e reduzir substancialmente o tempo de transbordo entre as duas linhas em relação ao projeto atual".

Propõe-se também que seja "avaliada seriamente" a possibilidade de a primeira fase do prolongamento da Linha Vermelha ser realizada apenas entre São Sebastião e a estação ferroviária de Campolide e que inclua a construção de uma estação de metro que serviria o alto de Campolide e "assim, servir-se-ia a área residencial mais populosa da freguesia (…), aliviando a Linha de Cintura e transformando a Linha Vermelha numa segunda circular ferroviária".

No chamado "plano B", salienta a Zero, o PRR "deve continuar a respeitar a fração que deve ser dedicada à ação climática, sendo que destas verbas pelo menos 37% devem ser dedicadas à promoção da mobilidade sustentável".

"Neste sentido, a Zero sugere que as verbas da construção das linhas (...) que ficam livres sejam utilizadas prioritariamente na eletrificação do transporte rodoviário pesado de passageiros através, por exemplo, do aumento substancial do financiamento para aquisição de autocarros elétricos em substituição dos atuais veículos a diesel ou para a sua conversão, se exequível, como ocorre já em diversos países da UE [União Europeia]".

Os ambientalistas defendem que "esta medida permite fortes ganhos ambientais, pois a eletrificação dos veículos rodoviários com elevadas taxas de utilização, sobretudo os pesados, tem um potencial de redução de emissões extremamente elevado".



 
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