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Altice não tem “nenhuma decisão final” sobre a venda da dona da Meo

O grupo Altice garante que ainda não há nenhuma decisão final tomada sobre a venda da operação em Portugal e da plataforma de publicidade Teads. Já a venda da operação na República Dominicana fica em 'stand by' por as propostas terem sido baixas.

Não têm faltado interessados em comprar ativos da Altice Portugal. Patrick Drahi deverá fazer uma “short list” no início de 2024.
Pedro Catarino
28 de Maio de 2024 às 14:33
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A Altice ainda não fechou a venda da Altice Portugal. A garantia foi dada pelos responsáveis máximos do grupo na conferência telefónica com analistas no âmbito dos resultados do primeiro trimestre.


"Não há nenhuma decisão final sobre a venda da Altice Portugal e da Teads", plataforma de publicidade do grupo que também está à venda, afirmou o CFO da Altice, Malo Corbin, logo no início na apresentação das contas dos três primeiros meses do ano antecipando as perguntas dos analistas. Já a venda da operação na República Dominicana fica em 'stand by' por as propostas terem sido baixas face às expectativas.


Face ao forte endividamento, no ano passado o grupo fundado por Patrick Drahi decidiu colocar à venda alguns ativos estratégicos, entre os quais a Altice Portugal. As últimas notícias sobre o assunto davam conta de apenas a Saudi Telecom estar na corrida.

Como o Negócios noticiou,
a saída de cena da Iliad, operadora francesa liderada pelo multimilionário Xavier Niel, deixou os sauditas sozinhos na corrida pela dona da Meo. Porém, o Warburg Pincus - fundo norte-americano que se aliou à Zeno Partners e a Horta Osório e que a dada altura se desinteressou do processo - deverá regressar à mesa das negociações.

Apesar de se tratar de uma empresa privada, as telecomunicações são consideradas infraestruturas críticas, o que dá alguma margem ao Governo para intervir. Segundo o Decreto-Lei n.º 138/2014, de 15 de setembro, esta opção pode ser acionada caso se considere que a operação em causa "pode colocar em risco a segurança nacional ou o aprovisionamento do país em serviços fundamentais para o interesse nacional, nas áreas da energia, dos transportes e das comunicações". Ou se estiver em causa uma venda a "pessoas singulares e coletivas de países terceiros à União Europeia e ao Espaço Económico Europeu".

Neste caso, a legislação de defesa dos ativos estratégicos poderá aplicar-se, uma vez que na lista dos candidatos mais prováveis estão vários fundos e empresas externas ao bloco europeu. É o caso da Saudi Telecom, que neste momento estará sozinha na corrida, e do fundo norte-americano Warburg Pincus, em parceria com António Horta Osório, que pode voltar a posicionar-se na corrida.

A decisão de vender a Altice Portugal, que é considerada uma das mais rentáveis dentro da Altice Internacional (que agrega também o negócio na República Dominicana, em Israel e a Teads, a plataforma de publicidade), foi conhecida após a "Operação Picoas" revelar um alegado esquema que terá lesado o Estado e o próprio grupo em milhões de euros.

No final de março, a dívida líquida da Altice Internacional - que não inclui o total das operações do grupo - situava-se em 9,2 mil milhões de euros, um valor 5 vezes superior ao EBITDA.  Nos últimos 12 meses a dívida aumentou 8,2%.


Na conferência com analistas a Altice reiterou que mantém o objetivo de fechar o ano com uma dívida líquida entre 4 a  4,5 vezes superior ao valor do EBITDA.

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