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Altice não tem “nenhuma decisão final” sobre a venda da dona da Meo
O grupo Altice garante que ainda não há nenhuma decisão final tomada sobre a venda da operação em Portugal e da plataforma de publicidade Teads. Já a venda da operação na República Dominicana fica em 'stand by' por as propostas terem sido baixas.
A Altice ainda não fechou a venda da Altice Portugal. A garantia foi dada pelos responsáveis máximos do grupo na conferência telefónica com analistas no âmbito dos resultados do primeiro trimestre.
"Não há nenhuma decisão final sobre a venda da Altice Portugal e da Teads", plataforma de publicidade do grupo que também está à venda, afirmou o CFO da Altice, Malo Corbin, logo no início na apresentação das contas dos três primeiros meses do ano antecipando as perguntas dos analistas. Já a venda da operação na República Dominicana fica em 'stand by' por as propostas terem sido baixas face às expectativas.
Face ao forte endividamento, no ano passado o grupo fundado por Patrick Drahi decidiu colocar à venda alguns ativos estratégicos, entre os quais a Altice Portugal. As últimas notícias sobre o assunto davam conta de apenas a Saudi Telecom estar na corrida.
Como o Negócios noticiou, a saída de cena da Iliad, operadora francesa liderada pelo multimilionário Xavier Niel, deixou os sauditas sozinhos na corrida pela dona da Meo. Porém, o Warburg Pincus - fundo norte-americano que se aliou à Zeno Partners e a Horta Osório e que a dada altura se desinteressou do processo - deverá regressar à mesa das negociações.
Apesar de se tratar de uma empresa privada, as telecomunicações são consideradas infraestruturas críticas, o que dá alguma margem ao Governo para intervir. Segundo o Decreto-Lei n.º 138/2014, de 15 de setembro, esta opção pode ser acionada caso se considere que a operação em causa "pode colocar em risco a segurança nacional ou o aprovisionamento do país em serviços fundamentais para o interesse nacional, nas áreas da energia, dos transportes e das comunicações". Ou se estiver em causa uma venda a "pessoas singulares e coletivas de países terceiros à União Europeia e ao Espaço Económico Europeu".
Neste caso, a legislação de defesa dos ativos estratégicos poderá aplicar-se, uma vez que na lista dos candidatos mais prováveis estão vários fundos e empresas externas ao bloco europeu. É o caso da Saudi Telecom, que neste momento estará sozinha na corrida, e do fundo norte-americano Warburg Pincus, em parceria com António Horta Osório, que pode voltar a posicionar-se na corrida.
A decisão de vender a Altice Portugal, que é considerada uma das mais rentáveis dentro da Altice Internacional (que agrega também o negócio na República Dominicana, em Israel e a Teads, a plataforma de publicidade), foi conhecida após a "Operação Picoas" revelar um alegado esquema que terá lesado o Estado e o próprio grupo em milhões de euros.
No final de março, a dívida líquida da Altice Internacional - que não inclui o total das operações do grupo - situava-se em 9,2 mil milhões de euros, um valor 5 vezes superior ao EBITDA. Nos últimos 12 meses a dívida aumentou 8,2%.
Na conferência com analistas a Altice reiterou que mantém o objetivo de fechar o ano com uma dívida líquida entre 4 a 4,5 vezes superior ao valor do EBITDA.