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Washington mantém pressão para que Google venda Chrome. "Browser" pode valer 15 a 20 mil milhões
O processo do Departamento de Justiça dos EUA contra a gigante tecnológica foi iniciado ainda Donald Trump era Presidente. Em causa estará uma posição monopolista da Google nos motores de busca.
O Departamento de Justiça dos EUA vai insistir esta quarta-feira junto de um juiz que force a Alphabet, casa-mãe da Google, a vender o seu "browser" Chrome. Alguns analistas consideram que o navegador na internet da Google poderá ter um valor entre 15 mil e 20 mil milhões de dólares (14,2 mil a 18,9 mil milhões de euros ao câmbio atual).
Segundo fontes ouvidas pela Bloomberg, Washington vai pedir também que sejam impostas medidas à Alphabet nas áreas da inteligência artificial (IA) e no sistema operativo para smartphones Android, bem como requisitos para o licenciamento de dados.
Caso o juiz federal Amit Mehta aceite as propostas estaremos perante potencialmente uma mudança radical no panorama do mercado das buscas online e da indústria de IA. Esta é a tentativa mais agressiva de uma administração dos EUA para limitar o poder de uma tecnológica desde a tentativa falhada, há duas décadas, de "partir" a Microsoft em duas empresas.
O Chrome, o navegador mais utilizado em todo o mundo, é uma peça chave para as receitas na divisão de publicidade da Google, uma vez que permite à gigante monitorizar o histórico de navegação e direcionar os anúncios exibidos. O Chrome tem também sido usado para encaminhar os utilizadores para o Gemini, o principal produto de IA da Alphabet.
No mercado norte-americano, o Chrome detém uma quota de mercado de cerca de 61%.
Em agosto, Amit Mehta considerou, após 10 semanas de julgamento, que a Google violou as leis de concorrência nos mercados de buscas online e de anúncios de texto em buscas. A Alphabet indicou na altura que iria recorrer da decisão.
O juiz agendou uma audiência durante duas semanas para abril do próximo ano para discutir as alteração que a Google deverá adotar para deixar de violar as leis. Amit Mehta prevê tomar uma decisão final até agosto de 2025.