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Portugal quer captar investimento sul-coreano em semicondutores e energias renováveis

Comitiva portuguesa, liderada pelo primeiro-ministro, inicia visita de dois dias na próxima terça-feira.

EPA
09 de Abril de 2023 às 13:19
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O Governo português quer impulsionar o investimento e a cooperação económica com a Coreia do Sul nos semicondutores, desde a investigação à montagem, e nas energias renováveis - dois setores em acelerada expansão naquele país asiático.

Estes serão dois dos principais alvos da comitiva do Governo português, liderada pelo primeiro-ministro, António Costa, que chega a Seul a meio da manhã de terça-feira para uma visita de dois dias à Coreia do Sul - país que é a décima maior economia do mundo e a quarta da Ásia, após a China, o Japão e a Índia.

Em relação ao mercado dos semicondutores, durante a sua presença em Seul, António Costa vai visitar a Hynix e terá também uma reunião com responsáveis da Samsung Eletronics. Estas duas empresas controlam 70% da oferta de chips de memória, ocupando os segundo e terceiro lugares no ranking dos maiores fabricantes do mundo.

Fonte do executivo português assinalou à agência Lusa que a Coreia do Sul aposta em tornar-se uma potência global de chips de memória e não-memória, através de uma política de incentivos fiscais e subsídios estatais aos fabricantes de microchips.

"A Samsung Electronics, por exemplo, já anunciou que investirá um total de 151 mil milhões de dólares norte-americanos nos setores do chip lógico e de fundição até 2030. Esta é uma das áreas de interesse para Portugal que dispõe de uma das maiores plataformas de embalagem, montagem e testes de semicondutores da Europa. O intercâmbio de investigadores e engenheiros é igualmente considerado", referiu a mesma fonte.

Ao nível das energias renováveis, pela parte nacional, refere-se que a Coreia do Sul anunciou em 2020 um pacote de investimento de 54 mil milhões de euros em tecnologias verdes e energias limpas, a par dos objetivos de produzir entre 30 a 35% da eletricidade a partir de energias renováveis até 2040 e da eliminação progressiva da energia nuclear.

Em matéria de investimentos de empresas sul-coreanas em Portugal, ainda neste domínio das energias renováveis, destaca-se a CS Wind, que é a maior fabricante mundial de torres eólicas e que passou a deter 100% da ASM Industries - uma referência nacional na produção de torres eólicas e fundações offshore.

A Hanwha Q Cells, empresa que será visitada pelo primeiro-ministro ao início da tarde de terça-feira, foi uma das vencedoras do segundo leilão solar em Portugal, ganhando seis dos doze lotes a concurso, para desenvolver projetos fotovoltaicos no Alentejo e no Algarve. 

O Governo português realça também a importância de outros investimentos sul-coreanos em Portugal, como o da NPS (serviço nacional de pensões da República da Coreia), que faz parte do consórcio que adquiriu 81% da Brisa; e a Hanon Systems, presente em Palmela e que anunciou investimento de 48,3 milhões de euros na produção de compressores de ar condicionado para carros elétricos;

Outros investimentos considerados relevantes são os da Borgstena, que detém uma unidade de produção em Nelas, no distrito de Viseu, e que produz têxteis para o setor automóvel; e a YUDO, que atua no setor dos moldes e plásticos e tem uma unidade de produção na Marinha Grande.
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