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Cisco tenta prever o futuro através do capital de risco

Tal como muitas outras empresas internacionais, a Cisco tem uma unidade de capital de risco. Este veículo investe em áreas que podem estar na esfera de actuação da tecnológica. Com a entrada no capital de várias start-ups, a gigante consegue perceber algumas das tendências de futuro.

Reuters
24 de Fevereiro de 2017 às 14:00
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Não é estranho as grandes multinacionais terem um braço de capital de risco. Através destas unidades, investem em projectos que podem estar na esfera da sua área de actuação.

Mas porque é que uma grande empresa tem uma unidade de capital de risco? No caso da Cisco, a vice-presidente com o pelouro da área de iniciativas de crescimento, Ruba Borno, explica que através desta unidade a tecnológica conseguem antecipar algumas das tendências para o futuro, ao nível tecnológico.

"Somos capazes de tomar o pulso às tecnologias emergentes" através da Cisco Investments (braço do capital de risco da Cisco), assume Ruba Borno. Se desenvolvêssemos essas tecnologias "internamente não seriamos capazes de as capitalizar durante vários anos".


"A capital de risco permite-nos ver [o surgimento] dessas tecnologias à medida que estão a ser desenvolvidas e garante que os nossos seis mil milhões de dólares [investimento anual em inovação] em R&D [investigação e desenvolvimento] estão a ser usados em produtos que vamos ser capazes de levar para o mercado a médio prazo", acrescentou em conferência de imprensa quando questionada pelo Negócios sobre a importância desta unidade.


Durante as duas últimas décadas, de acordo com a informação disponibilizada pela Cisco Investments, foram realizados centenas de investimentos através deste veículo. Ainda no início deste mês, a Cisco Investments liderou uma ronda de investimento de série C, no valor de 30 milhões de dólares, na Exabeam, uma start-ups que opera na área de cibersegurança.

A cibersegurança é precisamente uma das áreas de aposta da gigante tecnológica. Edwin Paalvast, presidente da Cisco para a Europa, Médio Oriente, África e Rússia (EMEAR), na mesma conferência de imprensa, salientou que a cibersegurança é, e vai continuar a ser nos próximos anos, o tema principal no âmbito da digitalização das empresas.

Paalvast compara os dados pessoais ao novo dinheiro que muitos querem roubar. Por isso, "proteger o novo dinheiro, que são os dados, é muito, muito importante". "À medida que vamos usando robôs [a segurança] é algo muito importante".

Ruba Borno, ainda a propósito da Cisco Investements, explica que uma das apostas recentes desta unidade é em áreas como a blockchain, a tecnologia subjacente nomeadamente às bitcoins. "Há a tecnologia fundamental do blockchain mas tem diferentes aplicações, por isso temos alguns investimentos nessa área para ver como se estão a mover", acrescentou.

*Jornalista esteve em Berlim a convite da Cisco

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