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Destituição do "board" e aumento de capital da Global Media decididos a 19 de fevereiro

A AG extraordinária está marcada para as 11:00 de 19 de fevereiro e tem cinco pontos na ordem de trabalhos.

Neste momento, um fundo com sede no paraíso fiscal das Bahamas controla a Global Media Group.
Alexandre Azevedo
24 de Janeiro de 2024 às 19:47
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A assembleia-geral extraordinária (AG) de acionistas da Global Media está marcada para 19 de fevereiro, com cinco pontos, entre eles a destituição do atual Conselho de Administração e um aumento de capital de cinco milhões de euros.

Esta informação consta da convocatória para reunião magna a pedido dos acionistas KNJ Global - Holdings Limited e de José Pedro Soeiro, a que a Lusa teve hoje acesso.

A AG extraordinária está marcada para as 11:00 de 19 de fevereiro e tem cinco pontos na ordem de trabalhos, entre os quais proceder à apreciação da situação económica e financeira da sociedade e à "apreciação da administração da sociedade e deliberar sobre a destituição do atual Conselho de Administração, com ou sem justa causa".

Outro dos pontos é eleger o novo Conselho de Administração e o novo Conselho Fiscal "para o período em falta no mandato", lê-se na convocatória.

O quinto e último ponto é "deliberar sobre a proposta de aumento de capital da sociedade no montante de 5.000.001.59 euros, por novas entradas de dinheiro, a realizar pelos acionistas da sociedade, no prazo que vier a ser fixado pela assembleia-geral, com respeito pelo seu direito de preferência nos termos legais e consequente alteração dos números 1 e 2 do artigo 4.º dos estatutos da sociedade".

"Considerando grave a situação de instabilidade financeira e laboral que vem afetando a Global Notícias - Media Group, com dificuldades de tesouraria, salários em atraso e greves de trabalhadores, a que se somam sucessivas demissões de membros dos seus Conselho Fiscal e de Administração, reflexo do evidente esgotamento da capacidade da atual gestão executiva para encontrar as melhores soluções para o futuro da sociedade, vimos (...), enquanto acionistas titulares de 1.241.559 ações, correspondentes a 49,75% do respetivo capital social" solicitar a "urgente convocação de uma assembleia geral", lê-se na carta que a KNJ e José Pedro Soeiro enviaram a pedir a reunião magna a que a Lusa teve também acesso.

De acordo com a informação da ERC, a participação efetiva da Páginas Civilizadas na GMG é de 50,25% do capital e dos direitos de voto. Esta posição é calculada a partir da soma da detenção direta de 41,51% e da indireta, através da Grandes Notícias Lda, de 8,74%.

O fundo WOF tem uma participação de 25,628% do capital social e dos direitos de voto da GMG.

Por sua vez, o Grupo Bel, de Marco Galinha, diretamente e através das suas sociedades Norma Erudita, Lda., e Palavras de Prestígio, Lda., detém uma participação efetiva de 24,623% do capital social e dos direitos de voto da dona do Diário de Notícias (DN), Jornal de Notícias (JN), TSF, O Jogo, Dinheiro Vivo, Açoriano Oriental, entre outros.

A KNJ, de Kevin Ho, detém 29,35% e José Pedro Soeiro 20,4%.

Resumindo, a Global Media é detida diretamente pela Páginas Civilizadas (41,51%), KNJ (29,35%), José Pedro Soeiro (20,4%) e Grandes Notícias (8,74%).

Na semana passada, o World Opportunity Fund, que tem o controlo de gestão da GMG, informou da sua indisponibilidade em transferir dinheiro para pagar os salários em atraso até uma decisão do regulador ERC e de um alegado procedimento cautelar.

Em 06 de dezembro, em comunicado interno, a Comissão Executiva da GMG, liderada por José Paulo Fafe, anunciou que iria negociar com caráter de urgência rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação que disse ser necessária para evitar "a mais do que previsível falência do grupo".

Em 21 de setembro, o WOF adquiriu uma participação de 51% na empresa Páginas Civilizadas.


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