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Vacina para a covid-19 vai “demorar meses a refletir-se” nas vendas de vestuário

A indústria portuguesa de vestuário acumula perdas de 18% nas exportações nos primeiros dez meses do ano. Antes da “esperança” relativa à vacina para a covid-19, conta ainda com o impacto dos confinamentos de novembro e dezembro.

Paulo Duarte
10 de Dezembro de 2020 às 14:13
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As exportações de vestuário voltaram a cair a dois dígitos (12,1%) em outubro, avolumando assim as perdas desde o início do ano para quase 470 milhões de euros, provocadas pela pandemia.

 

Nos primeiros dez meses deste ano, a indústria portuguesa vendeu um total de 2,17 mil milhões de euros, ficando quase 18% abaixo da performance registada no mesmo período do ano passado.

 

O presidente da associação do setor (ANIVEC), César Araújo, explica que "a degradação da situação sanitária já se sentiu nas encomendas e, consequentemente, nas exportações de outubro, com os clientes a mostrarem-se mais receosos e a preferirem não arriscar".

 

Espanha, que é o principal mercado para a roupa "made in Portugal", é também aquele que protagoniza até ao momento a maior quebra registada pelos dados do INE, tanto em termos relativos como absolutos: -30,1%, equivalente a uma perda de faturação de 318,6 milhões de euros.

 

Os confinamentos e restrições que estiveram em vigor em novembro e que continuam em muitos países neste mês de dezembro deverão trazer mais más notícias para a indústria de vestuário.O César Araújo, presidente da Anivec

 

Isto é, o setor já estava em perda acelerada mesmo antes dos "confinamentos e restrições que estiveram em vigor em novembro –  e que continuam em muitos países neste mês de dezembro –, [que] deverão trazer mais más notícias" nas próximas estatísticas do comércio internacional.

 

César Araújo, presidente da Anivec.
César Araújo, presidente da Anivec. Paulo Duarte



Citado numa nota de imprensa enviada pela Anivec esta quinta-feira, 10 de dezembro, César Araújo antecipa ainda que "a melhoria provocada pela esperança de uma solução, com as vacinas, ainda vai demorar vários meses a refletir-se no negócio" da indústria portuguesa de vestuário.

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