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Assembleia de credores da Coelima decide hoje o futuro da têxtil de Guimarães
Os credores da Coelima reúnem-se esta sexta-feira, no Juízo de Comércio de Guimarães, para apreciarem o relatório do administrador de insolvência da empresa, que nas últimas semanas recebeu três propostas de compra por parte de congéneres do Vale do Ave.
18 de Junho de 2021 às 06:39
"Espero que o assunto fique resolvido ou, pelo menos, muito bem encaminhado", avançou recentemente à agência Lusa o administrador de insolvência da fabricante de têxteis lar, Pedro Pidwell.
Parte integrante do grupo MoreTextile -- que, em 2011, resultou da fusão com a JMA e a António Almeida & Filhos e cujo acionista principal é o Fundo de Recuperação gerido pela ECS Capital -, a Coelima apresentou-se à insolvência no passado dia 14 de abril, na sequência da quebra de vendas "superior a 60%" provocada pela pandemia e da não aprovação das candidaturas que apresentou às linhas covid-19.
Fonte do gabinete do ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, garantiu, contudo, à agência Lusa que "não deu entrada qualquer operação da Coelima no grupo Banco Português de Fomento no âmbito das linhas covid-19".
O anúncio da sentença de declaração de insolvência da Coelima foi publicado em 22 de abril, com a empresa a apresentar um passivo de perto de 30 milhões de euros e cerca de 250 credores no final de 2020.
Apesar de ter inicialmente manifestado a intenção de apresentar um plano de insolvência com vista à recuperação da empresa, a administração da têxtil de Guimarães acabaria por recuar e, em 26 de maio, avançou à Lusa não estarem "reunidas as condições que permitam assegurar a manutenção da exploração".
Ainda assim, a administração dizia estar "em curso um processo de aproximação por parte de um consórcio de investidores que poderão permitir a preservação da atividade económica desenvolvida pela Coelima".
A confirmação chegaria alguns dias depois, com a entrega em tribunal de uma primeira proposta de compra da empresa, por parte de um consórcio de Guimarães composto pelas sociedades RTL (detida pelo empresário e antigo trabalhador da Coelima Alfredo Jorge Teixeira) e José Fontão & Cia, que assume como "fim único manter viva a empresa e a marca Coelima, empresa centenária, histórica e que alberga mais de 250 famílias através dos seus trabalhadores".
A esta primeira proposta seguiram-se, nos dias seguintes, duas outras, também de empresas interessadas em manter em atividade a Coelima e assegurar os cerca de 250 postos de trabalho existentes: uma de um consórcio constituído pela Felpinter, de Santo Tirso, e pela Mundotêxtil, de Vizela; e outra da têxtil Mabera, de Vila Nova de Famalicão.
Entre os principais credores da Coelima destacam-se os trabalhadores (que reclamam créditos de 10,82 milhões de euros), a Caixa Geral de Depósitos (10,44 milhões de euros), o Fundo Autónomo de Apoio à Concentração e Consolidação de Empresas (FACCE, que reclama 9,61 milhões de euros), o Novo Banco (7,41 milhões de euros) e o BCP (4,82 milhões de euros).