Notícia
Administração da têxtil Coelima desiste de apresentar plano de recuperação
A administração da têxtil Coelima anunciou esta quarta-feira que não vai apresentar um plano de insolvência com vista à recuperação da empresa, por não estarem "reunidas as condições que permitam assegurar a manutenção da exploração".
26 de Maio de 2021 às 16:34
"Ao longo das últimas semanas, a Coelima trabalhou ativamente no sentido de reunir os apoios necessários à sua recuperação e à viabilização da implementação de um plano de insolvência. Apesar de todo o empenho e trabalho desenvolvido, não foi possível à Coelima conseguir o compromisso das várias partes envolvidas tendo em vista a apresentação de um plano, pelo que a decisão sobre o futuro da empresa caberá aos seus credores", avançou fonte oficial da empresa à agência Lusa.
Ainda assim, a fonte diz estar "em curso um processo de aproximação por parte de um consórcio de investidores que poderão permitir a preservação da atividade económica desenvolvida pela Coelima".
Na petição de apresentação à insolvência, a têxtil, com 253 trabalhadores, tinha requerido ao tribunal que lhe fosse atribuída a administração da massa insolvente, tendo-se então "comprometido a apresentar um plano de insolvência que previsse a manutenção da exploração da atividade da empresa".
Contudo, num requerimento entregue na passada sexta-feira no Tribunal de Comércio de Guimarães e hoje divulgado pelo Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes, a empresa declara que "não foi possível [...] obter os apoios necessários à sua recuperação e à viabilização da implementação de um plano de insolvência com esse objetivo, incluindo a manutenção das linhas bancárias de apoio ao fundo de maneio".
"Neste contexto, a Coelima concluiu não estarem, neste momento, reunidas as condições que permitam assegurar a manutenção da exploração da empresa, opção que se mostra, assim, inviável nas condições existentes", refere.
No requerimento, a têxtil de Guimarães afirma que "a administração e a equipa de gestão da insolvente desenvolveram uma análise do setor de atividade em que opera a Coelima".
O objetivo era "apresentar um plano de dinamização da sua capacidade empresarial e de redução de custos, que permitisse à insolvente fazer face às dificuldades que têm vindo a condicionar o desenvolvimento e a rentabilização adequada da empresa".
Segundo avança, "no contexto desta análise foram consideradas diversas opções, tendo a administração e a equipa de gestão da insolvente vindo a trabalhar na identificação de interessados e naqueles que seriam os pressupostos que permitiriam recuperar a situação financeira em que se encontra a Coelima".
Contudo, e face à impossibilidade de "obter os apoios necessários à sua recuperação", a administração da Coelima diz ter tomado "a decisão de não apresentar um plano de insolvência que preveja a continuidade da exploração da empresa, devendo o [...] processo de insolvência seguir os seus termos em conformidade com o que vier a ser decidido pelos credores quanto ao destino dos ativos apreendidos para a massa insolvente".
A Coelima -- Indústrias Têxteis apresentou-se à insolvência no passado dia 14 de abril, na sequência da quebra de vendas "superior a 60%" provocada pela pandemia e da não aprovação das candidaturas que apresentou às linhas covid-19.
"A empresa decidiu avançar com o pedido de insolvência, fruto da situação criada pela pandemia, que provocou uma forte redução das vendas e uma pressão sobre a tesouraria insustentável", adiantou, na altura, à agência Lusa fonte oficial da têxtil.
O anúncio da sentença de declaração de insolvência foi publicado em 22 de abril, com a empresa a apresentar um passivo de perto de 30 milhões de euros e cerca de 250 credores no final de 2020.
Entre estes, destacam-se a Caixa Geral de Depósitos (CGD) e o Fundo de Apoio à Concentração e Consolidação de Empresas (FACCE), que, no conjunto, "representam aproximadamente 80% do total do passivo extra grupo da Coelima, por referência a 31 de dezembro de 2020", segundo a Petição Inicial (PI), a que a Lusa teve acesso.
A CGD detém 42% do passivo, mais de 8,5 milhões de euros, enquanto o FACCE representa 38% do passivo, mais de 7,8 milhões de euros.
Constituída em 1922 e uma das maiores produtoras de roupa de cama, a têxtil de Guimarães integra o grupo MoreTextile, que em 2011 resultou da fusão com a JMA e a António Almeida & Filhos e cujo acionista principal é o Fundo de Recuperação gerido pela ECS Capital.
Depois da restruturação realizada ao longo dos últimos anos, a Coelima esteve perto de ser alienada em março do ano passado, mas a operação acabou por não avançar, num contexto de incerteza gerada com a pandemia.
Ainda assim, a fonte diz estar "em curso um processo de aproximação por parte de um consórcio de investidores que poderão permitir a preservação da atividade económica desenvolvida pela Coelima".
Contudo, num requerimento entregue na passada sexta-feira no Tribunal de Comércio de Guimarães e hoje divulgado pelo Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes, a empresa declara que "não foi possível [...] obter os apoios necessários à sua recuperação e à viabilização da implementação de um plano de insolvência com esse objetivo, incluindo a manutenção das linhas bancárias de apoio ao fundo de maneio".
"Neste contexto, a Coelima concluiu não estarem, neste momento, reunidas as condições que permitam assegurar a manutenção da exploração da empresa, opção que se mostra, assim, inviável nas condições existentes", refere.
No requerimento, a têxtil de Guimarães afirma que "a administração e a equipa de gestão da insolvente desenvolveram uma análise do setor de atividade em que opera a Coelima".
O objetivo era "apresentar um plano de dinamização da sua capacidade empresarial e de redução de custos, que permitisse à insolvente fazer face às dificuldades que têm vindo a condicionar o desenvolvimento e a rentabilização adequada da empresa".
Segundo avança, "no contexto desta análise foram consideradas diversas opções, tendo a administração e a equipa de gestão da insolvente vindo a trabalhar na identificação de interessados e naqueles que seriam os pressupostos que permitiriam recuperar a situação financeira em que se encontra a Coelima".
Contudo, e face à impossibilidade de "obter os apoios necessários à sua recuperação", a administração da Coelima diz ter tomado "a decisão de não apresentar um plano de insolvência que preveja a continuidade da exploração da empresa, devendo o [...] processo de insolvência seguir os seus termos em conformidade com o que vier a ser decidido pelos credores quanto ao destino dos ativos apreendidos para a massa insolvente".
A Coelima -- Indústrias Têxteis apresentou-se à insolvência no passado dia 14 de abril, na sequência da quebra de vendas "superior a 60%" provocada pela pandemia e da não aprovação das candidaturas que apresentou às linhas covid-19.
"A empresa decidiu avançar com o pedido de insolvência, fruto da situação criada pela pandemia, que provocou uma forte redução das vendas e uma pressão sobre a tesouraria insustentável", adiantou, na altura, à agência Lusa fonte oficial da têxtil.
O anúncio da sentença de declaração de insolvência foi publicado em 22 de abril, com a empresa a apresentar um passivo de perto de 30 milhões de euros e cerca de 250 credores no final de 2020.
Entre estes, destacam-se a Caixa Geral de Depósitos (CGD) e o Fundo de Apoio à Concentração e Consolidação de Empresas (FACCE), que, no conjunto, "representam aproximadamente 80% do total do passivo extra grupo da Coelima, por referência a 31 de dezembro de 2020", segundo a Petição Inicial (PI), a que a Lusa teve acesso.
A CGD detém 42% do passivo, mais de 8,5 milhões de euros, enquanto o FACCE representa 38% do passivo, mais de 7,8 milhões de euros.
Constituída em 1922 e uma das maiores produtoras de roupa de cama, a têxtil de Guimarães integra o grupo MoreTextile, que em 2011 resultou da fusão com a JMA e a António Almeida & Filhos e cujo acionista principal é o Fundo de Recuperação gerido pela ECS Capital.
Depois da restruturação realizada ao longo dos últimos anos, a Coelima esteve perto de ser alienada em março do ano passado, mas a operação acabou por não avançar, num contexto de incerteza gerada com a pandemia.