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Alemanha e França pressionam preços da electricidade na Europa

A redução da capacidade de produção de energia eléctrica na Alemanha e na França pode vir a pressionar os preços finais. Os especialistas dizem que o efeito pode estender-se a outros países europeus.

Bruno Simão/Negócios
07 de Outubro de 2016 às 15:42
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Os preços da electricidade na Europa devem continuar a manter-se elevados nos próximos meses perante a fraca disponibilidade energética nuclear em França e a quebra da oferta dos reactores alemães.


A produção de energia a partir de fontes nucleares em França está nesta altura do ano em mínimos de pelo menos 2009, não sendo de excluir possibilidade de o país vir a ter de importar energia para satisfazer as suas necessidades em períodos de pico de procura, refere o grupo Pira Energy, citado pela Bloomberg.

A operadora francesa Electricite de France SA tem actualmente menos sete reactores em funcionamento do que há um ano, depois de se ver forçada a encerrar 18 unidades para testes de segurança. A disponibilidade energética nuclear daquele país encontra-se nos 63%, menos 15 pontos percentuais quando comparado com período homólogo, de acordo com a operadora RTE.


Já na Alemanha, as actividades de manutenção vão deixar apenas 60% das instalações fornecedoras de electricidade a partir de energia nuclear em funcionamento a partir de 30 de Dezembro. Mas aqui a Bloomberg aponta para que apesar da menor disponibilidade daquelas centrais o crescimento da produção de energia renovável continue a criar excesso de oferta.

Em declarações àquela agência de notícias, Niek den Hollander, representante da unidade de negociação da sueca Vattenfall AB em Hamburgo, reconhece que a companhia terá de praticar preços mais elevados na sequência da alta procura e da oferta "relativamente baixa" de energia nuclear em França, um aumento de preços que poderá contaminar outros países europeus.

Bruno Brunetti afirma que a existência de tantos reactores fora de serviço trará momentos de constrangimento na oferta assim que a procura ultrapasse os 70 gigawatts. O antigo director para a electricidade na Pira prevê uma situação igualmente delicada no mercado durante 90 horas no próximo mês. Já Steffen Gursinsky, da Energieunion GmbH, afirma que o "receio de mais reactores franceses ficarem fora de serviço" está a pressionar para uma alta dos preços.

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