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Novos “players” vieram desafiar regras do setor energético

O advento das renováveis e a exigência de uma transição para fontes descarbonizadas fez multiplicar o número de novas empresas a operar no setor da energia em Portugal. A competição é muito maior, mas é saudável, garantem. Quase todos os dias surgem novos nomes para disputar o filão renovável do país.
Bárbara Silva e Rúben Sarmento - Infografia 11 de Abril de 2023 às 15:00

Não é preciso recuar muito para voltar a um tempo em que o setor da energia em Portugal estava concentrado em apenas duas ou três grandes empresas. Para a eletricidade existia a EDP (a produzir e a vender), para o gás e combustíveis tínhamos a Galp. E pouco mais. Hoje estas empresas já não estão sozinhas no mercado e, com o advento das energias renováveis e a exigência da transição energética para um futuro mais descarbonizado, têm de dividir o palco com um número cada vez maior de "players" e investidores, tanto nacionais como internacionais.

 

Todos estão de olho no potencial do país para gerar energia limpa e barata. E o Governo já revelou que as intenções de investimento em energias renováveis em Portugal (do solar ao eólico offshore) ascendem neste momento a 60 mil milhões de euros, até 2030. Com a concorrência a aumentar e um setor em forte mudança, também a EDP e a Galp tiveram de evoluir e hoje não só dão cartas nas renováveis, como estão já de olho em novas cadeias de valor, como o hidrogénio e o lítio.

 

Mas quase todos os dias surgem novos nomes para disputar o filão energético em Portugal. Na opinião de João Manso Neto, CEO da Greenvolt, estes "players" vieram, acima de tudo, desafiar as regras: "São fruto da inovação e da tecnologia no setor, como as ‘fintech’ para a banca tradicional."

 

Por seu lado, Ricardo Nunes, presidente da Associação dos Comercializadores de Energia no Mercado Liberalizado, frisa que o setor da energia "estará em foco" na próxima década, sendo por isso "natural que novos ‘players’ e novos modelos de negócio surjam". O fundador da ACEMEL fala mesmo de uma "fricção" entre passado e futuro. "A energia foi durante muito tempo um setor estatizado e assente em modelos de negócio que hoje são insuficientes para a transição energética", defende. Neste contexto, "os novos ‘players’ trazem mais concorrência e inovação, o que beneficia os consumidores". Quantos aos 60 mil milhões de investimentos na calha, diz que é imperativo "estabilizar a legislação" para manter o interesse dos investidores.

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