Os trabalhadores da fábrica da Opel na Azambuja, que regressam hoje ao trabalho depois das férias, estão a exigir o pagamento dos salários até 2009.

Segundo o «Diário de Notícias», as negociações com a administração da unidade, que encerra em Dezembro, serão retomadas em breve. A comissão de trabalhadores e o sindicato já preparam uma proposta e garantem que estão previstas «formas de luta» a nível europeu caso não haja entendimento entre as duas partes.

A proposta dos trabalhadores visa que a General Motors cumpra os compromissos sociais até 2009, onde se incluem vencimentos e seguros de saúde, entre outros. Sem esquecer as indemnizações previstas na lei.

Além disso, querem que a GM garanta os postos de trabalho naquela zona, caso as instalações ou terrenos sejam adquiridos por outro investidor ou caso a GM mantenha alguma actividade na Azambuja, adianta o mesmo jornal.

Apesar de o acordo social com os trabalhadores vigorar até 2007, «vamos pedir o cumprimento dos compromissos até 2009, pois foi esta data que a administração sempre garantiu para a actividade da fábrica, inclusive em declarações prestadas publicamente», afirmou ao DN Luís Figueiredo, dirigente do sindicato dos metalúrgicos e coordenador da comissão sindical da GM Portugal. Com o Estado, o compromisso estabelecido termina em 2008.

Quanto à eventual transferência de trabalhadores para Saragoça, onde será concentrada a produção com a criação de 800 novos empregos, Luís Figueiredo frisou que apenas foram convidadas individualmente «quatro ou cinco pessoas» e que não tem conhecimento de terem aceitado. «Seria muito complicado para as famílias», frisou. O porta-voz da GM, Nelson Silveira, disse ao DN que não tem qualquer conhecimento desta situação, apesar de ter sido avançada pela comunicação social.

Sobre as negociações com os trabalhadores, a mesma fonte destacou que não existe nada para revelar, dizendo apenas que os trabalhadores serão desvinculados da GM.

Até agora os trabalhadores apenas tiveram uma reunião com a administração quando a decisão de encerrar a fábrica foi adiada de Outubro para Dezembro.