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Petrolífera brasileira Petrobras anuncia 3,3 mil milhões de euros em dividendos

O valor decidido na quinta-feira pelo Conselho de Administração da maior empresa do Brasil equivale a 1,55 reais (0,25 euros) por cada ação preferencial ou ordinária em circulação.

A brasileira Petrobras foi a cotada que pagou mais dividendos aos acionistas no segundo trimestre do ano. Foram sete mil milhões de dólares.
Adriano Machado/Reuters
22 de Novembro de 2024 às 09:24
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A petrolífera brasileira Petrobras aprovou a distribuição de 20 mil milhões de reais (cerca de 3,3 mil milhões de euros) em dividendos extraordinários aos acionistas.

O valor decidido na quinta-feira pelo Conselho de Administração da maior empresa do Brasil equivale a 1,55 reais (0,25 euros) por cada ação preferencial ou ordinária em circulação.

A Petrobras afirmou em comunicado que a medida está alinhada com a atual política de remuneração, que prevê a distribuição de dividendos extraordinários "desde que seja preservada a sustentabilidade financeira".

Os dividendos extraordinários foram motivo de tensão entre o anterior presidente da empresa, Jean Paul Prates, que era favorável à distribuição, e uma parte do Governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva que se opôs.

Lula da Silva declarou em março que a Petrobras, enquanto empresa controlada pelo Estado, "não podia pensar apenas nos seus acionistas" e que precisava de investir mais em investigação e infraestruturas.

As críticas afundaram as ações da petrolífera em bolsa, obrigando o Governo a reverter a recusa em distribuir dividendos extraordinários.

No entanto, em maio, Lula acabou por demitir Jean Paul Prates e nomear a atual presidente, Magda Chambriard, antiga diretora da Agência Nacional do Petróleo, órgão regulador do setor no Brasil.

A Petrobras vive um período de instabilidade, com seis presidentes em poucos anos, numa altura em que as grandes petrolíferas em todo o mundo estão numa encruzilhada diante do desafio da transição energética.

A Petrobras registou um lucro líquido de 53,65 mil milhões de reais (8,72 mil milhões de euros) nos primeiros nove meses do ano, menos 47,7% em comparação com o mesmo período de 2023.

A gigante brasileira disse em 07 de novembro que a forte redução do lucro foi causada pelo acordo que assinou este ano com o Governo para acabar com disputas fiscais de longa data.

Segundo a empresa, sem os efeitos extraordinários do acordo fiscal, o lucro da Petrobras entre janeiro e setembro seria de 72,53 mil milhões de reais (cerca de 11,82 mil milhões de euros), ainda assim 23,7% inferior ao registado nos primeiros nove meses do ano passado.

De acordo com o balanço, a Petrobras reverteu um prejuízo de 2,61 mil milhões de reais (430 milhões de euros) no segundo trimestre com um lucro "sólido" de 32,56 mil milhões de reais (5,3 mil milhões de euros) no terceiro trimestre.

O lucro do terceiro trimestre foi 22,3% superior ao registado no mesmo período de 2023.
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