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França reforça o peso na banca italiana e Meloni está preocupada

Em causa a aproximação entre a seguradora Generali e a Natixis, bem como o reforço de capital do Credit Agricole no Banco BPM, o terceiro maior banco italiano. Governo italiano está atento ao desenrolar das operações.

O Governo liderado por Giorgia Meloni aprovou um orçamento que prevê cortes de impostos e aumento da despesa em 24 mil milhões de euros.
Juan Medina/Reuters
22 de Dezembro de 2024 às 10:24
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O Governo italiano está cada vez mais preocupado com a perspetiva de uma maior presença francesa no seu setor financeiro, com dois grandes negócios em curso que podem potencialmente remodelar o mercado.

 

As autoridades de Roma estão a analisar as medidas que poderão tomar para manter a influência italiana numa potencial associação entre a seguradora Generali e a Natixis Investment Managers, sediada em Paris, segundo fontes conhecedoras do processo citadas pela Bloomberg.

As duas empresas têm vindo a discutir a combinação das suas operações de gestão de activos e os administradores da Generali pretendem chegar a um acordo preliminar até ao final do próximo mês, adianta também a Bloomberg.

 

Ao mesmo tempo, o Credit Agricole tornou-se um ator-chave na disputa sobre o futuro do Banco BPM, o terceiro maior banco italiano, aumentando a sua participação para 15,1% em resposta a uma oferta de aquisição do UniCredit. Trata-se de mais um negócio indesejado para a equipa da primeira-ministra Giorgia Meloni, que tenta desenvolver a sua própria estratégia para o setor bancário italiano.

Fonte oficial do governo de Georgia Meloni recusou fazer comentários quando questionada pela agência financeira.

Receios sobre movimentos no setor financeiro também em Bruxelas

Segundo a Bloomber, também em Bruxelas soam campaínhas e os responsáveis governamentais da União Europeia estão preocupados com a perspetiva de uma vaga de consolidação no setor financeiro.

Isto porque reduzir a fragmentação dos mercados financeiros da UE é uma parte fundamental da estratégia do bloco europeu para competir com os EUA e a China.

 

Apesar disso, segundo a Bloomber as mudanças em curso na estrutura do setor financeiro europeu estão quase obrigadas a criar vencedores e perdedores entre os governos nacionais, o que está a travar os acordos.

Na última semana, o governo alemão disse essencialmente ao UniCredit que vendesse a sua participação no Commerzbank, enquanto as autoridades de Berlim tentavam dissuadir o CEO do banco italiano, Andrea Orcel, de lançar uma oferta pública de aquisição sobre o segundo maior banco do país.

 

Um dos principais problemas com o negócio Natixis-Generali é o facto de a seguradora italiana ser uma das maiores detentoras de obrigações soberanas italianas, adianta a Bloomberg citando pessoas familiarizadas com o assunto em Roma, pedindo para não serem identificadas.

Meloni viu a perceção do risco da dívida italiana diminuir durante os seus dois anos de governo, mas com o endividamento público a mais de 130% do PIB, as autoridades são sensíveis a quaisquer mudanças que possam pôr em causa essa estabilidade duramente conquistada.

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