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É devedor do Novo Banco? Rafael Mora diz que "tecnicamente não"

O antigo sócio de Nuno Vasconcellos reconhece ter estado envolvido na contratação dos créditos, mas diz que estes não estavam em incumprimento quando saiu da Ongoing.

António Cotrim / Lusa
09 de Junho de 2021 às 12:32
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Rafael Mora, antigo administrador da Ongoing, diz que "tecnicamente" não é devedor do Novo Banco. Admite ter estado envolvido na contratação dos créditos, mas garante que não estavam em incumprimento quando saiu do grupo. 

"Considera-se devedor do Novo Banco?", questionou o deputado do PS João Paulo Correia a Rafael Mora, na comissão parlamentar de inquérito ao Novo Banco, numa audição realizada esta quarta-feira. "Tecnicamente não", respondeu o antigo sócio de Nuno Vasconcellos. 

"Se me diz se tive responsabilidade na contratação do crédito (...) não posso ser cínico e olhar o deputado nos olhos e dizer que não tinha nada a ver", disse Mora no Parlamento, assumindo que teve responsabilidade na contratação do crédito. 

No entanto, referiu, "quando sai a dívida não estava em incumprimento". Questionado quem deve assumir a dívida da Ongoing no Novo Banco, Rafael Mora afirmou que "a pessoa que geria a área financeira era Nuno Vasconcellos".

"No que diz respeito à área financeira, cumpria ordens do dono do grupo [Nuno Vasconcellos]", rematou. 

Pressão política na compra do Diário Económico
Rafael Mora revelou ainda, durante a audição, que a compra do Diário Económico foi um "negócio curioso". 

"Era um negócio que estava um pouco martelado em Portugal, estava viciado", disse no Parlamento. "Havia muita pressão política" para que fosse o Grupo Lena a comprar o grupo. "Nós fomos uns outsiders que surgiram na operação", disse.

Sobre o grupo Impresa, Rafael Mora afirmou que Nuno Vasconcellos, dono da Ongoing, tentou controlar a Impresa, incentivado pelo então presidente do BES Ricardo Salgado.

Mora foi chamado ao Parlamento depois de a audição de Nuno Vasconcellos ter sido interrompida pelo presidente da comissão de inquérito. Fernando Negrão considerou que o empresário não estava a assumir qualquer dívida e que as respostas não estavam a ser construtivas.

(Notícia atualizada com mais informação.)
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