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Combate à inflação atira Banco Central Europeu para prejuízo recorde de 7,9 mil milhões

As perdas são consequência de "ações necessárias para manter a estabilidade dos preços", justifica a instituição. Bancos centrais nacionais – incluindo o português – não vão receber distribuição de resultados.

O BCE liderado por Christine Lagarde regista dois anos sucessivos de resultados negativos. Ronald Wittek/EPA
20 de Fevereiro de 2025 às 12:35
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O Banco Central Europeu (BCE) registou um prejuízo de 7,94 mil milhões de euros em 2024, anunciou o supervisor financeiro. O resultado - o mais negativo de sempre - é consequência do cumprimento da missão de manter a estabilidade de preços, explica em comunicado a entidade liderada por Christine Lagarde.

O prejuízo agrava substancialmente a perda de 1,27 mil milhões de euros verificada em 2023. No entanto, nesse ano o BCE usou provisões para amortecer a queda. Sem elas, o resultado teria sido semelhante ao do ano passado: 7,89 mil milhões de euros. Em 2024, pelo contrário, o supervisor europeu não pode recorrer a esse mecanismo, dado que tinha o seu balanço a zero.

O Banco Central Europeu justifica que "a perda ocorre após muitos anos de lucros substanciais e é o resultado de ações tomadas pelo Eurosistema que foram necessárias para cumprir o seu mandato de manter a estabilidade de preços".

O BCE iniciou um ciclo de descida das taxas de juro em junho de 2024 depois de várias subidas decididas a partir de 2022 para tentar conter a inflação.

As ações do BCE exigiram uma "expansão do balanço através da compra de ativos financeiros, principalmente com taxas de juro fixas e maturidades longas". Esta medida foi acompanhada de um "aumento correspondente dos passivos, sobre os quais o BCE paga juros a taxas variáveis".

"Os aumentos das taxas de juro diretoras do BCE em 2022 e 2023, que visavam combater a elevada inflação na Zona Euro, resultaram em aumentos imediatos das despesas com juros sobre estes passivos, enquanto os rendimentos de juros sobre os ativos do BCE, em particular sobre os títulos adquiridos ao abrigo do programa de compra de ativos e do programa de compra de emergência pandémica, não aumentaram na mesma medida", explica Frankfurt.

O período de prejuízos pode, de resto, prolongar-se. "O BCE pode incorrer em perdas nos próximos anos", admite a instituição, argumentando que "se for esse o caso, esses prejuízos deverão ser inferiores aos de 2023 e 2024. Depois, espera-se que o BCE regresse aos lucros". A entidade garante ainda que mesmo com perdas, "pode operar eficientemente e cumprir o seu mandato de manter a estabilidade de preços".

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