A Stellantis, até dezembro liderada por Carlos Tavares, viu a produção de veículos em Itália afundar 37% no ano passado, indicou o sindicato FIM-CISL esta sexta-feira.

O gigante nascido da fusão, em 2021, da Peugeot Citroën (PSA) e da Fiat Chrysler (FCA) produziu 475.090 veículos em Itália, valor que compara com as 751.384 unidades registadas no ano anterior.

A produção de automóveis ligeiros de passageiros sofreu uma quebra de 46% para o valor mais baixo desde 1956, refere o sindicato. Já nos comerciais ligeiros, o decréscimo cifrou-se em 17%.

A Stellantis, ainda sob a liderança do gestor português, recorreu bastante ao layoff para enfrentar a sobrecapacidade produtiva em Itália, fruto da fraca procura, em particular de veículos elétricos, bem como da incerteza regulatória e da crescente concorrência de fabricantes chineses.

Tavares, aliás, protagonizou uma acesa troca de argumentos com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, indicando que o quarto maior fabricante automóvel encerraria fábricas se estas não fossem rentáveis.

Uma das principais preocupações para este ano são as metas mais apertadas da União Europeia para as emissões de dióxido de carbono dos veículos, o que poderá levar os fabricantes automóveis a reduzir a produção de veículos a combustão interna ou enfrentar pesadas multas.

A Stellantis tem cinco fábricas de automóveis em Itália e uma que produz apenas veículos comerciais.

A fábrica de Mirafiori, em Turim, registou uma quebra de 70% na produção. Pior só mesmo a fábrica da Maserati, em Modena, que viu o volume de produção afundar 79%.

Já após a saída de Carlos Tavares, a Stellantis prometeu investir dois mil milhões de euros em Itália este ano para a produção de novos modelos.