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PCP analisa expulsão de Alice Vieira. Escritora não está preocupada
O Partido Comunista pode expulsar Alice Vieira do partido por esta se ter candidatado, pelo PS, à Assembleia Municipal de Mafra. Ao “DN”, a escritora afirma não estar “nada preocupada”.
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Os comunistas consideram que a decisão de Alice Vieira se candidatar pelo PS representa “uma quebra dos compromissos e deveres inerentes a um membro do PCP” e já solicitaram à escritora uma “conversa” sobre o assunto, escreve hoje o “i”. O jornal conversou com uma dirigente do PCP, Antónia Dimas, que considera que Alice Vieira está a “compactuar com a forma de actuar do PS”.
Contactada pelo “Diário de Notícias”, Alice Vieira desvalorizou o assunto. “Se quiserem podem expulsar-me à vontade, não estou nada preocupada com isso. Não quebrei dever nenhum. Agora, se o PCP entender que violei os estatutos do partido e que a minha decisão é motivo para a expulsão do partido, digo-lhe, nem quero saber, não me preocupa”.
Alice Vieira, militante do PCP desde 1975, explica que aceitou “de imediato” o convite de Elísio Summavielle – “porque somos amigos há muito tempo”. Summavielle é o candidato do PS à câmara de Mafra, e Alice Vieira será a candidata à presidência da Assembleia Municipal. A escritora argumenta que “as autárquicas são eleições diferentes das legislativas. Nas autárquicas votamos na pessoa e não nos partidos”.
Segundo os estatutos do PCP, os militantes estão impedidos de pertencer a outros partidos e são obrigados a “defender a unidade e a coesão do partido”. As sanções podem variar entre a censura e a diminuição de responsabilidades e a expulsão do partido, permanente ou temporária.