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Rui Rio diz que líderes partidários são "uma espécie de director comercial"

O presidente do PSD afirmou esta segunda-feira que actualmente os líderes partidários são como "uma espécie de director comercial" que são substituídos quando "não conseguem vender o produto com sucesso", perdendo, assim, eleições.

Tiago Petinga/Lusa
03 de Dezembro de 2018 às 22:29
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No Porto, numa conferência evocativa do 38.º aniversário da morte de Sá Carneiro, Rui Rio comparou ainda a política a um namoro em que se promete uma coisa, mas "sai outra completamente diferente" depois de casados.

 

"(...) Por força daquele que é o andamento da sociedade, o líder partidário é como uma espécie de director comercial. Consegue vender o produto com sucesso e está bem não consegue e temos que trocar por um outro director comercial", afirmou o líder do PSD.

 

Antes, Rui Rio referiu que no tempo de Francisco Sá Carneiro "os líderes perdiam eleições e não saíam, continuavam", notando que o próprio Sá Carneiro perdeu eleições, Mário Soares também e "Álvaro Cunhal nunca ganhou nenhuma".

 

Salientando a importância dos partidos e dos políticos "dizerem ao que vêm", o líder social-democrata comparou a política dos dias de hoje a um namoro: "Hoje, na política namora-se o eleitorado de uma dada maneira e, depois, quando casamos com o povo, ele divorcia-se de nós porque estava a contar com uma coisa e depois sai outra completamente diferente".

 

Num discurso pautado por elogios ao ex-presidente do PSD e ex-primeiro-ministro Sá Carneiro, que Rio considerou ter "uma enorme coragem, frontalidade, convicção e um enorme rigor", o presidente do PSD fez outra comparação.

 

"Ouço por vezes dizer que isto da forma que está só lá ia com dez Salazares. Pois eu digo, cinco Sá Carneiros e nós resolvíamos isto, não eram precisos dez Salazares", disse.

 

A participar na mesma sessão, o também ex-presidente do PSD e ex-primeiro-ministro Francisco Pinto Balsemão considerou que os partidos têm de "actualizar-se, mostrar que não existem para servir clientelas, ser capazes de atrair não apenas os abstencionistas em geral, mas, dentro destes, gente mais nova, que tome paulatinamente as rédeas do poder e demonstre que está na política para lutar pelos valores essenciais da democracia".

 

Francisco Balsemão defendeu também o caminho dos pactos de regime, observando que Rui Rio também o defende. "Como vem insistindo, sem resposta, Rui Rio, os partidos têm de aceitar a necessidade urgente de pactos de regime acerca das principais áreas da governação. Grandes, urgentes, profundas e duradouras reformas na Justiça, na Educação, na Saúde, na Administração Pública, sob a égide e co-responsabilização do Presidente da República", apontou.

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