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PSD diz que Mário Soares agiu de forma muito semelhante em 1983/85 ao actual Governo

O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, afirmou hoje que o país precisa de "propostas construtivas" e que o ex-Presidente da República Mário Soares actuou entre 1983 e 1985 de forma muito semelhante ao actual Governo.

Negócios 29 de Novembro de 2012 às 14:25
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O líder da bancada do PSD reagia à carta aberta dirigida ao primeiro-ministro, de que o antigo Presidente da República e antigo primeiro-ministro Mário Soares é o primeiro subscritor, em que se apela a uma mudança urgente de políticas, sob pena de Passos Coelho ser forçado a apresentar a demissão.

"Creio que Portugal precisa de propostas positivas, construtivas, de todos os que têm responsabilidades na esfera pública. Portugal não precisa de atitudes derrotistas, de atitudes pessimistas, de atitudes desrespeitadoras dos princípios de convivência democrática", afirmou Luís Montenegro aos jornalistas.

À saída da reunião do grupo parlamentar do PSD, Montenegro afirmou que "gostaria muito que os subscritores dessa carta, em particular o doutor Mário Soares, aproveitassem a sua intervenção pública para apresentar propostas, para apresentar ideias, para apresentar caminhos".

"Porventura, o doutor Mário Soares tem um problema, é que se defender os caminhos que protagonizou como primeiro-ministro em situações análogas, terá de apresentar as mesmas ideias do Governo porque o Governo está a actuar muito em semelhança com aquilo que foi feito desde 1983 e 1985", declarou.

Por outro lado, o líder da bancada social-democrata disse não estranhar que a "maioria dos subscritores dessa carta" se sintam "defraudados pelos caminhos deste Governo" porque são "dirigentes, deputados, militantes, de partidos da oposição, em particular do Partido Socialista", e "foram cúmplices do caminho que os Governo anteriores, liderados pelo engenheiro José Sócrates, foram percorrendo".

"Eles estão defraudados porque o PS não ganhou as eleições e não seguiu esse caminho de descalabro", afirmou.

Entre os signatários desta carta, cujo teor também foi dado a conhecer ao Presidente da República, Cavaco Silva, estão dirigentes do PS e do Bloco de Esquerda (casos de Fernando Rosas e Daniel Oliveira), sindicalistas (com particular destaque para o ex-líder da CGTP-IN Carvalho da Silva), professores universitários e figuras ligadas ao meio da cultura.

Entre os subscritores do documento estão Adelino Maltez (professor universitário), Alfredo Bruto da Costa (sociólogo), Alice Vieira (escritora), Siza Vieira (arquitecto), Ana Sousa Dias (jornalista), Dias da Cunha (empresário), António Arnaut (advogado), António Reis (professor universitário), Boaventura Sousa Santos (professor universitário), Carlos Trindade (sindicalista), Duarte Cordeiro (deputado do PS), Clara Ferreira Alves (jornalista), Ferro Rodrigues (ex-líder do PS e deputado), Eduardo Lourenço (professor universitário), Helena Pinto (deputada do Bloco de Esquerda), Inês de Medeiros (deputada do PS), Maria de Medeiros (realizadora e atriz), Jaime Ramos (medido e ex-deputado do PSD), Joana Amaral Dias (professora universitária) e Medeiros Ferreira (antigo ministro dos Negócios Estrangeiros).

Assinam ainda o documento João Galamba (deputado do PS), Pedro Delgado Alves (ex-líder da JS), Mário Jorge (médico), João Torres (líder da JS), João Cutileiro (escultor), João Ferreira do Amaral (economista), Júlio Pomar (pintor), Manuel Maria Carrilho (ex-ministro da Cultura), Pedro Abrunhosa (músico), Pilar Del Rio Saramago (jornalista) e Teresa Pizarro Beleza (jurista).

Para os signatários desta carta aberta, "o crescente clamor que contra o Governo se ergue" é uma exigência para que o primeiro-ministro altere, urgentemente, as opções políticas que vem seguindo, sob pena de, pelo interesse nacional, ser seu dever retirar as consequências políticas que se impõem, apresentando a demissão ao Presidente da República, poupando assim o país e os portugueses ainda a mais graves e imprevisíveis consequências".

Na carta defende-se que, perante as políticas que têm sido adoptadas pelo Governo PSD/CDS, os eleitores "foram intencionalmente defraudados" e que "nenhuma circunstância conjuntural pode justificar o embuste".

Na reunião do grupo parlamentar, os deputados sociais-democratas começaram "a fazer uma reflexão" sobre "a reforma do Estado", com várias intervenções nesse domínio e sobre qual a participação nesse debate, cujos modelos de participação foram remetidos para mais tarde por Luís Montenegro.

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