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Centeno rejeita crise de regime e defende redução da incerteza política

Mário Centeno acrescentou que é preciso apenas, com os instrumentos que existem, "com base na situação económica e financeira muito positiva que hoje todos os países vivem, reduzir a incerteza política".

EPA
02 de Junho de 2019 às 19:59
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O ministro das Finanças e presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, rejeitou a ideia de que haja "uma crise de regime", como tinha considerado o líder do PSD, e defendeu a necessidade de "reduzir a incerteza política".

"Eu não acho nada que haja uma crise de regime, a representação está muito bem desenhada nas nossas democracias, são 19 democracias maduras (...) na área do euro, Portugal orgulhosamente faz parte desse grupo", afirmou Mário Centeno, quando instado a comentar as palavras do líder do PSD.

O ministro das Finanças falava aos jornalistas no final da apresentação do ensaio "A Europa não é um país estrangeiro", de José Tavares, que decorreu na Feira do Livro de Lisboa, no Parque Eduardo VII.

No sábado, o líder do PSD, Rui Rio, tinha discordado da posição do Presidente da República, que manifestou o receio de uma crise na direita portuguesa no futuro, e afirmado que "a crise não está só à direita, a crise está no regime comum todo".

"Neste momento está à esquerda no poder e portanto disfarça à esquerda. Mas o problema é transversal, nós temos uma crise efetiva de regime, com um descrédito muito grande de todo o sistema partidário, não é à direita nem à esquerda", prosseguiu Rui Rio.

Mário Centeno acrescentou que é preciso apenas, com os instrumentos que existem, "com base na situação económica e financeira muito positiva que hoje todos os países vivem, reduzir a incerteza política".

"Não é por acaso que todas as organizações internacionais identificam os riscos acumulados por incerteza política", apontou o governante.

"Levamos três anos a discutir o 'Brexit', levamos muitos meses - anos já - a discutir as tensões comerciais, as incertezas sobre o processo orçamental italiano. Temos de reduzir a incerteza política, é aí que reside não só a parte mais facilmente explicável e significativa da abstenção como das nossas incertezas económicas", sublinhou.

"Esse é o processo, o regime está muito bem estabelecido, a representação não tem dúvida nenhuma sobre como é que se faz, é preciso apenas que se use a tal palavra compromisso e capacidade de decisão. É isso neste momento que temos de fazer", rematou.
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