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Milei alerta empresários em Davos: "Não se intimidem por parasitas que vivem do Estado"

Para o Presidente da Argentina, o Ocidente está em perigo pela influência dos modelos coletivistas e infiltração do pensamento "neo-marxista". Milei diz não ver diferenças substanciais entre o nazismo, a social-democracia, o comunismo ou os modelos keynesianos.

17 de Janeiro de 2024 às 16:06
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Apresentado pelo economista Klaus Schwab, do Fórum Económico Mundial, como a pessoa que "introduziu um novo espírito na Argentina e tornou o país mais ligado à livre iniciativa", Javier Milei, Presidente da Argentina, falou esta quarta-feira no Fórum Económico de Davos e concentrou toda a meia hora do seu discurso na defesa do mercado livre, da iniciativa privada e no ataque cerrado ao que diz serem os caminhos coletivistas que colocam o Ocidente em perigo. Antes de terminar o discurso, deixou o aviso aos líderes mundiais presentes na cimeira: "Não se intimidem por parasitas que vivem do Estado".

A primeira frase de Javier Milei resumiu quase toda a sua intervenção: "Estou aqui hoje para vos dizer que o Ocidente está em perigo". E está em perigo porquê? O recém-eleito Presidente da Argentina argumentou que os principais líderes mundiais do mundo ocidental trocaram os modelos económicos de liberdade por diferentes versões do "coletivismo". 

Apontando para o ritmo de crescimento económico dos últimos anos, Milei defendeu o que considera ser um "evidência empírica inquestionável": "o capitalismo de livre iniciativa, enquanto sistema económico é o único instrumento que dispomos para acabar com a fome, a pobreza e a miséria em todo o mundo".

"Não existem diferenças substanciais" entre comunistas, nazis e sociais-democratas

Grande parte da sua intervenção focou-se nas críticas ao modelo económico neoclássico por procurar defeitos em aspetos do capitalismo que, para Milei, "geraram bem estar" e não podem ser consideradas "falhas do mercado". "Ao fazê-lo, não só abrem a porta ao socialismo, como também prejudicam o crescimento económico", defendeu Javier Milei.

"Por exemplo, a regulação dos monopólios, a destruição dos seus lucros e a destruição dos rendimentos crescentes destruiriam automaticamente o crescimento económico. Por outras palavras, sempre que se procura corrigir uma suposta falha do mercado, inexoravelmente, porque não se sabe o que é o mercado, ou porque se apaixonou por um modelo falhado, está-se a abrir a porta ao socialismo e a condenar as pessoas à pobreza", afirmou o líder argentino.

Daqui, avançou para as críticas aos "neo-marxistas que conseguiram afetar o senso comum do Ocidente". Para Milei, estes modelos económicos "perante o fracasso retumbante dos modelos coletivistas e os inegáveis avanços do mundo livre, foram obrigados a mudar de agenda". Essa mudança de agenda deixou para trás a luta de classes e focou-se em conflitos sociais "prejudiciais para a vida comunitária e o crescimento económico" como as desigualdades de género ou as preocupações ambientais. 

Criticou o modelo neoclássico, passou pelo socialismo, mas, no final, juntou uma série de modelos políticos e económicos num grande grupo de "variantes coletivistas": "Quer se declarem abertamente comunistas, fascistas, nazis, socialistas, sociais-democratas, nacionais-socialistas, democratas-cristãos, keynesianos, neo-keynesianos, progressistas, populistas, nacionalistas ou globalistas. Não existem diferenças substanciais em termos de conteúdo. Todos defendem que o Estado deve dirigir todos os aspetos da vida dos indivíduos".

"Não se deixem intimidar pela casta política, nem pelos parasitas"

Na conclusão do seu discurso, o líder da Argentina deixou um pedido com tom de alerta aos empresários presentes na cimeira na Suíça: "Não se deixem intimidar nem pela casta política nem pelos parasitas que vivem do Estado. Não se rendam a uma classe política que só quer perpetuar-se no poder e manter os seus privilégios. Sois benfeitores sociais. Vocês são heróis".

Para Milei, estes empresários são os "criadores do mais extraordinário período de prosperidade que alguma vez vivemos" e acrescentou: "O Estado não é a solução. O Estado é o próprio problema. Vocês são os verdadeiros protagonistas desta história". No final, deixou o seu já polémico, mas habitual, lema "viva la libertad, carajo".

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