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Irão ameaça com resposta “ainda mais dura”. Portugal pronto para evacuações

Após o ataque de sábado do Irão a Israel multiplicam-se as reações. Teerão deixa novas ameaças a Telavive e Washington, e em Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa convocou o Conselho Superior de Defesa Nacional.

Reuters

O ataque do Irão a Israel pode ter durado apenas cinco horas e ter terminado quase sem danos, com a maioria dos drones e mísseis intercetados, mas Teerão deixou claro que a ofensiva pode não ter ficado por aí.

 

O Presidente iraniano, Ebrahim Raisi, alertou que, caso Israel ou os que apoiam aquele país "mostrem um comportamento imprudente, receberão uma resposta muito mais decisiva e violenta".

Raisi classificou o ataque de sábado, com mísseis e drones, como "uma lição contra o inimigo sionista", avisando Telavive que qualquer "nova aventura" irá contar com uma resposta "ainda mais dura". O ataque é descrito como de "legítima defesa", em resposta ao bombardeamento recente ao consulado do Irão em Damasco, na Síria.

O regime iraniano deixou também claras as ameaças aos Estados Unidos, dizendo que Teerão atacará "inevitavelmente" as bases militares norte americanas no Médio Oriente se estas forem usadas para "defender e apoiar" Israel.

 

Apesar de garantirem o apoio à defesa de Israel, os EUA já deixaram claro que não pretendem envolver-se num conflito armado no Médio Oriente. Nesse sentido, Joe Biden informou o primeiro-ministro israelita que o país não vai participar numa contra-ofensiva contra o Irão, caso Israel decida retaliar, em resposta ao ataque com drones e mísseis no sábado.

Segundo a Reuters, a informação sobre este alerta veio de um dirigente da Casa Branca, com vários meios de comunicação norte-americanos a dizerem que a mensagem foi transmitida num telefonema entre os dois líderes durante a noite.

Por todo o mundo seguem as condenações ao ataque, com os líderes do G7 a juntarem-se ao coro. Já o Papa Francisco lançou um "apelo urgente" para evitar "uma espiral de violência com o risco de arrastar o Médio Oriente para um conflito ainda maior". Francisco apelou também à comunidade internacional para ajudar israelitas e palestinianos a viverem em "dois Estados vizinhos".

 

Portugal preparado "se for preciso evacuação"

 

Em Portugal, a situação está a ser acompanhada a nível diplomático, com o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas a garantir que "está tudo preparado se for preciso" retirar portugueses expatriados de Israel, revelando ainda que há 47 portugueses a tentar sair do Irão.

Antes ainda, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, condenou o ataque do Irão a Israel, apelando à contenção nas hostilidades para "evitar uma escalada de violência".

Esta condenação foi saudada pela Comunidade Israelita de Lisboa (CIL), que diz que "estar ao lado de Israel num momento como este é um imperativo das nações democráticas". Para a CIL, "Portugal - qualquer que se seja o prisma pelo qual se olhe - está hoje diretamente envolvido num conflito regional e é uma vítima inquestionável de guerra por procuração", numa referência ao arresto pelo Irão de um navio de pavilhão português no Estreito de Ormuz.

Em reação ao ataque do Irão, que faz aumentar o nível de instabilidade no Médio Oriente, o Presidente da República decidiu convocar uma reunião do Conselho Superior de Defesa Nacional para a próxima terça-feira. "Tendo em conta a situação atual e possíveis desenvolvimentos, o Presidente da República decidiu convocar uma reunião do Conselho Superior de Defesa Nacional para terça-feira, 16 de abril, pelas 18:00, no Palácio de Belém", lê-se numa nota publicada este domingo no site da presidência.

*Com Lusa

 

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