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Zelensky falou com Trump sobre "possibilidades de alcançar a paz" no país
Zelensky acrescentou que Trump partilhou os "pormenores da sua conversa com Putin", numa chamada telefónica que durou cerca de uma hora.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse esta quarta-feira ter falado ao telefone com o homólogo norte-americano, Donald Trump, sobre as "possibilidades de alcançar a paz" na Ucrânia, após um telefonema entre Trump e o líder russo, Vladimir Putin.
"Falámos longamente sobre as possibilidades de alcançar a paz", declarou Zelensky, acrescentando que Trump partilhou com ele os "pormenores da sua conversa com Putin", numa chamada telefónica que durou cerca de uma hora.
Nela, debateram os próximos passos conjuntos para deter a guerra e alcançar "uma paz duradoura e sólida", indicou o chefe de Estado ucraniano.
"Como disse o Presidente Trump, vamos a isso", escreveu Zelensky nas suas redes sociais, ao relatar o conteúdo da conversa, que aconteceu pouco depois de Trump ter acordado por telefone com o Presidente russo, Vladimir Putin, impulsionar o processo de paz que o novo Governo norte-americano está a promover, para acabar com a guerra na Ucrânia.
Por sua vez, Trump afirmou que Zelensky "quer fazer a paz", quando estão prestes a completar-se três anos de guerra, desde que a Rússia invadiu o território da Ucrânia vizinha, em fevereiro de 2022.
Já numa entrevista concedida ao diário britânico The Guardian, publicada na terça-feira, o Presidente ucraniano se tinha declarado disposto a "uma troca" de territórios com a Rússia, no contexto de eventuais negociações de paz mediadas pelos Estados Unidos, considerando que a Europa sozinha não conseguirá garantir a sua segurança.
"Se o Presidente norte-americano, Donald Trump, conseguir levar a Ucrânia e a Rússia à mesa das negociações, trocaremos um território por outro", assegurou Zelensky, na entrevista, embora acrescentando não saber que território pediria Kiev em troca.
"Não sei, veremos. Mas todos os nossos territórios são importantes, não há nenhuma prioridade", afirmou.
Volodymyr Zelensky rejeitou durante muito tempo a ideia de negociações, afirmando querer vencer a Rússia no campo de batalha. Mas a Ucrânia está a ter dificuldades em deter o Exército russo, que está a conquistar terreno no leste do seu território.
Ao diário britânico The Guardian, o Presidente ucraniano declarou-se disposto a negociar, mas sublinhando que quer fazê-lo "a partir de uma posição de força".
Entretanto, o secretário do Tesouro dos EUA Scott Bessent, entregou esta quarta-feira ao Governo ucraniano, em Kiev, uma proposta de acordo económico entre os dois países, indicou Zelensky.
"Sei que a minha equipa recebeu um primeiro projeto de acordo com os Estados Unidos", declarou Zelensky após uma reunião com Bessent, segundo reportou a agência noticiosa estatal ucraniana Ukrinform.
O Presidente ucraniano explicou que a sua equipa irá estudar o documento para o assinar "o mais rapidamente possível".
Zelensky sublinhou que os EUA são o "principal parceiro" da Ucrânia e disse que fará tudo o que estiver ao seu alcance para garantir que o acordo seja assinado na Conferência de Segurança de Munique, que decorrerá de sexta-feira a domingo na cidade alemã, onde o Presidente ucraniano tem um encontro previsto com o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, no primeiro dia de trabalhos.
Por seu lado, Bessent afirmou que os Estados Unidos pretendem obter um "acordo de cooperação económica" em troca do seu apoio à Ucrânia, crucial face à invasão russa.
"Gostaríamos de concluir um acordo de cooperação económica. E em troca deste acordo, os Estados Unidos continuarão a dar apoio material à Ucrânia, à população", disse Bessent, após o encontro com Zelensky.
Nem Bessent nem Zelensky adiantaram pormenores sobre o acordo económico.