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UE estuda travão a importações de produtos agrícolas dos EUA

O bloco europeu está a avaliar a aplicação de regras mais apertadas na importação de produtos sujeitos a pesticidadas não autorizados na Europa.

Campo de soja no Brasil.
Reuters
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Prometida ficou uma resposta "firme e imediata contra barreiras injustificadas ao comércio livre e justo". Mas como, exatamente? A União Europeia vai, na próxima semana, definir maiores limites às importações dos EUA, depois de Donald Trump ter anunciado a aplicação de taxas alfandegárias recíprocas a todos os países.

O bloco europeu quer travar a importação de certos géneros alimentícios americanos, como a soja, para proteger os seus agricultores, de acordo com três fontes europeias ouvidas pelo Financial Times. A decisão assenta no facto de os EUA exportarem produtos produzidos com padrões diferentes dos europeus - no caso da soja, por exemplo, são usados pesticidas, como o paraquat, que os agricultores de cá não podem usar.

No mês passado, o comissário europeu para a Saúde, Olivér Várhelyi, disse, numa entrevista, que "há sinais muito claros do Parlamento [Europeu]", dos Estados-membros e dos agricultores europeus de que "o que é proibido na UE deve ser proibido na UE, mesmo que seja um produto importado". 

O jornal lembra que café e o chá são os produtos onde mais frequentemente se encontram resíduos de pesticidas proibidos na Europa - estão presentes em 38% e 23%, respetivamente, das amostras testadas - mas aqui os grandes visados não são os EUA, mas a Índia e a China, grandes produtores de chá.

A Comissão Europeia pretende também incluir em futuros acordos comerciais padrões mais apertados de bem-estar animal, incluindo regras para o espaço que galinhas e bezerros têm para se movimentarem, limpeza das instalações, entre outros fatores que podem fazer aumentar as despesas dos agricultores.

Na semana passada, Donald Trump assinou um memorando em que ordenou que a sua administração avalie tarifas recíprocas sobre os parceiros comerciais que cobram taxas e impõem outras barreiras comerciais aos EUA, numa potencial escalada da guerra comercial iniciada pela administração Trump.

Em resposta, a União Europeia emitiu um comunicado em que lembrou que "mantém algumas das tarifas mais baixas do mundo e não vê justificação para o aumento das tarifas dos Estados Unidos sobre as suas exportações". "As tarifas são impostos. Ao impor tarifas, os Estados Unidos estão a taxar os seus próprios cidadãos, a aumentar os custos para as empresas, a sufocar o crescimento e a alimentar a inflação. As tarifas aumentam a incerteza económica e prejudicam a eficiência e a integração dos mercados globais", afirmou, na passada sexta-feira.

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