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Bruxelas saúda suspensão de tarifas e apela a comércio livre entre EUA e UE
A União Europeia foi uma das visadas pela pausa de 90 dias nas tarifas de Donald Trump. Von der Leyen celebra a medida e relembra que "impostos alfandegários são, na prática, taxas que prejudicam apenas empresas e consumidores".
A presidente da Comissão Europeia saudou esta quinta-feira a decisão do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de suspender as tarifas recíprocas entre Washington e Bruxelas. Numa declaração oficial, Ursula von der Leyen considerou o gesto "um passo importante para estabilizar a economia global", sublinhando a necessidade de criar "condições claras e previsíveis" para o funcionamento do comércio e das cadeias de abastecimento.
Na quarta-feira, o presidente dos EUA anunciou a subida das taxas sobre bens chineses para 125% e uma pausa de 90 dias nas taxas mais elevadas para países que não retaliaram, baixando as tarifas recíprocas para 10% nesse período, com efeitos imediatos.
"Os impostos alfandegários são, na prática, taxas que prejudicam apenas empresas e consumidores", afirmou Ursula von der Leyen, reiterando a sua defesa de um acordo de tarifas zero entre os dois blocos. "É por isso que tenho defendido, de forma consistente, um acordo zero-por-zero de tarifas entre a União Europeia e os Estados Unidos", declarou.
A suspensão das tarifas surge após meses de tensões comerciais entre os dois lados do Atlântico, marcadas por medidas unilaterais e retaliações que afetaram diversos setores, desde o aço e alumínio até aos produtos agrícolas e aeronáuticos.
Von der Leyen frisou ainda que a União Europeia "continua empenhada em negociações construtivas com os Estados Unidos, com o objetivo de alcançar um comércio fluído e mutuamente benéfico".
Sem deixar de apontar a necessidade de reduzir dependências, a presidente destacou também a aposta europeia na diversificação de parcerias comerciais: "Estamos a reforçar o nosso envolvimento com países que representam 87% do comércio mundial e que partilham o nosso compromisso com uma troca livre e aberta de bens, serviços e ideias."
Por fim, Von der Leyen voltou a enfatizar a importância do mercado único europeu: "Esta crise deixou claro que, em tempos de incerteza, o mercado único é a nossa âncora de estabilidade e resiliência." E concluiu com uma nota de confiança: "A minha equipa e eu continuaremos a trabalhar dia e noite para proteger os consumidores, os trabalhadores e as empresas europeias. Juntos, os europeus sairão mais fortes desta crise."