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Rendimento da atividade agrícola em queda em 2022

O INE indica que o rendimento da atividade agrícola em termos reais e por unidade de trabalho este ano deve ter caído 11,8%, o que não acontecia desde 2011. O ano foi sobretudo difícil para o azeite e para o vinho.

15 de Dezembro de 2022 às 12:28
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O rendimento da atividade agrícola em termos reais deve ter caído 11,8% este ano, o que não acontecia desde 2011, de acordo com a primeira estimativa das contas económicas da agricultura divulgada esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

A queda pode ser explicada pelo "o decréscimo do Valor Acrescentado Bruto (-10,7%)", justifica o INE.

"Note-se que, em 2022, terá persistido e mesmo agravado o diferencial positivo de crescimento entre os preços de produtos de consumo intermédio e os preços da produção", acrescenta o gabinete nacional de estatística.

O INE recorda que, por um lado, a atividade agrícola enfrentou dificuldades excecionais ao nível climático, tendo sido 2022 o ano mais quente desde 1931.

Por outro, devido à guerra na Ucrânia, "assistiu-se a aumentos pronunciados dos preços, com destaque para os cereais, energia e outros produtos utilizados na atividade agrícola", refere o INE.

Em termos de produção vegetal, deve contabilizar-se no acumulado do ano um ligeiro acréscimo (0,6%). Assim, "com exceção dos frutos e do vinho, a generalidade dos produtos vegetais deverá registar crescimentos em valor", antevê o gabinete de estatística.

Em relação ao vinho, "as altas temperaturas e a falta de humidade em fases decisivas do ciclo vegetativo da vinha, prejudicaram significativamente a produção de uvas, que terá diminuído 15% em volume", no entanto, "antevêem-se vinhos bem estruturados, equilibrados em álcool, acidez, açúcares e taninos".

Já as estimativas relativas à produção de azeite apontam para uma queda de 9,1% do volume, "em consequência da diminuição da produção de azeitona da campanha entre 2021 e 2022", depois da campanha anterior ter sido marcada pela produtividade mais elevada dos últimos 30 anos.

"Em resultado da seca extrema, o olival tradicional, apesar de ser uma cultura predominantemente de sequeiro, revelou dificuldades no desenvolvimento dos frutos, originando a queda prematura da azeitona", justifica o INE, acrescentando que "nos olivais intensivos, a colheita indicia quebras de produção menos acentuadas".

Finalmente, a produção animal deve registar uma ligeira queda em volume (-0,1%) e um acentuado aumento dos preços de base (23%), "resultando num acréscimo nominal de 22,8%", para o qual deverão ter contribuído fundamentalmente os bovinos (15,4%), os suínos (22,4%), os ovinos e caprinos (9,8%), as aves (29,4%), o leite (22,5%) e os ovos (66,3 %).

Já no acumulado dos primeiros nove meses deste ano, as exportações de produtos agrícolas registaram um aumento homólogo de 30,5%, enquanto as exportações totais de bens aumentaram 25,2%, tendo em conta o mesmo quadro comparativo.

No mesmo período, as importações de produtos agrícolas aumentaram 32,2%, "um acréscimo menos intenso que o das importações totais de bens, 35,7%", frisa o INE.
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