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Perfil: Francisco José Viegas, o escritor que cometeu "o erro de aceitar um cargo político"

Francisco José Viegas, que hoje anunciou a saída do executivo, tomou posse como secretário de Estado da Cultura do XIX Governo Constitucional, a 28 de Junho de 2011.

24 de Outubro de 2012 às 22:52
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Escritor, professor universitário, jornalista e director da Casa Fernando Pessoa, dirigia a Quetzal Editores e a revista LER, quando foi nomeado.

Teria de passar mais de um ano sobre a tomada de posse, para reconhecer o erro, numa entrevista que deu ao jornal francês Le Monde, no passado dia 17 de Agosto: "Eu, o editor feliz, o escritor sem preocupações, cometi este erro de aceitar um cargo político. Mas, não vamos falar disso pois não?", confessou ao vespertino francês.

Nascido a 14 de Março de 1962, no Pocinho, Vila Nova de Foz Côa, a última paragem da linha ferroviária do Douro, aí viveu até aos oito anos, altura em que se mudou para Chaves, porque os pais, professores do ensino primário, ali foram colocados.

Em 1983, Francisco José Viegas licenciou-se em Estudos Portugueses, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, e foi, até 1987, assistente de Linguística, na Escola de Ciências Sociais da Universidade de Évora.

Abandonou o ensino para se dedicar ao jornalismo, e integrou as redacções de vários jornais e revistas portugueses, como o Jornal de Letras, Expresso, Semanário, O Jornal, Se7e, Diário de Notícias, O Independente, Record e Visão.

Antes, em 1986-87, partilhara com Carlos Vaz Marques, actual jornalista da TSF, uma passagem pela extinta Rádio Universidade Tejo, na realização de um magazine dedicado às artes e às letras.

Ocupou o cargo de director das revistas LER, Grande Reportagem e ainda da Gazeta dos Desportos e, entre 2006 e 2008, dirigiu a Casa Fernando Pessoa, que deixou para voltar à direcção da LER, onde se manteve até à nomeação para o Governo.

Foi autor e apresentador de vários programas de televisão, como Escrita em Dia (SIC), Falatório (RTP2), Ler Para Crer (RTP2), Prazeres (RTP1), Um Café no Majestic (RTP2), Primeira Página (RTP1) e Livro Aberto (RTP-N), e do programa de rádio da Antena 1 Escrita em Dia. Na TVI24 fazia o programa Nada de Cultura, quando aceitou liderar a Secretaria de Estado da Cultura.

Escreveu diversos livros de poesia, livros de viagens e romances, entre os quais "As Duas Águas do Mar", "Um Céu Demasiado Azul", "Morte no Estádio", "Um Crime na Exposição", "Um Crime Capital", "Lourenço Marques" e, o mais recente, "O Mar em Casablanca", publicado em 2009.

Em 2006, foi distinguido com o Grande Prémio de Romance da Associação Portuguesa de Escritores, atribuído a "Longe de Manaus" (2005). As suas obras estão publicadas na Alemanha, em Itália, no Brasil e em França.

Nas eleições legislativas de 05 de Junho de 2011, foi eleito deputado pelo círculo de Bragança, como independente, integrado nas listas do PSD.

No início deste ano, Francisco José Viegas confessara à Lusa que voltara à escrita e ao "seu" inspector Jaime Ramos, contando lançar um novo romance, "O coleccionador de erva", ainda em 2012.

No início de Outubro, a Porto Editora comunicava a "recalendarização" da obra, "por decisão conjunta" com o autor, para o primeiro trimestre de 2013, optando então pela abertura de uma colecção em nome próprio, com a reedição de duas obras anteriores "Um Crime Capital" e "Lourenço Marques".

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