Notícia
MP investiga negócios de milhões nos sistemas de informação da Santa Casa
Despesa com a contratação pública de bens e serviços na área de informática passou de 89 milhões de euros entre 2010 a 2016 para 225 milhões depois de 2017 e até finais de 2023.
O Ministério Público, além de ter aberto um inquérito ao processo de internacionalização de jogos sociais da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) e ao concurso para a aquisição da nova plataforma do contact center (central de atendimento telefónico), está a investigar outros casos em que há suspeitas de crimes em contratação pública de bens e serviços envolvendo a instituição, avança esta segunda-feira, o Público.
Segundo o jornal, os inquéritos em causa têm em comum o facto de estarem relacionados com concursos públicos e adjudicações da Direção de Sistemas e Tecnologias de Informação (DISTI) da Santa Casa. Numa análise aos contratos disponíveis no Portal Base, foi possível verificar que a despesa com a contratação pública de bens e serviços na área de informática da Santa Casa passou de 89 milhões de euros entre 2010 a 2016, para 225 milhões depois de 2017 e até finais de 2023. Ou seja, a partir do mandato da mesa liderada pelo antigo provedor Edmundo Martinho, e já depois com Ana Jorge no mesmo cargo, os gastos nesta área aumentaram 136 milhões de euros.
Um dos casos em investigação está relacionado com a aquisição da plataforma low-code para a Santa Casa, a qual já custou à SCML cerca de 12 milhões de euros, desde a sua aquisição, em Junho de 2019, até agora. O último contrato, publicado em julho de 2023, tem o valor de 5,4 milhões de euros, foi feito por concurso público internacional. A empresa que ganhou o concurso foi a única que concorreu.