A coligação formada por PSD e CDS-PP obteve 43,13% dos votos (58.399 votos) e ficou a apenas um deputado da maioria absoluta, ou seja, elegeu 23 quando precisava de 24, quando estão apuradas todas as freguesias, segundo dados oficiais provisórios.
Este resultado
confirma a sondagem da Universidade Católica Portuguesa para a RTP que dava a coligação como vencedora mas sem o número de deputados necessários para a maioria absoluta na Assembleia Regional da Madeira.
No discurso mais esperado da noite, Miguel Albuquerque
agradeceu "o voto de confiança na coligação" e disse que ganhou as eleições de "forma expressiva". O candidato da coligação PSD/CDS sublinhou a vitória "nos onze concelhos da Madeira" e em "52 das 54 freguesias" e deixou a questão no ar: "Se isto não é ganhar as eleições, o que é ganhar as eleições?".
O atual presidente do Governo regional considera que "está em condições de apresentar um governo de maioria parlamentar", mas garantiu que se demite "se nos próximos dias não conseguir criar condições para governar em maioria". Disse ainda que vai apresentar uma "coligação da qual está excluída o Chega".
Miguel Albuquerque afirmou durante toda a campanha que iria demitir-se se não alcançasse a maioria absoluta: "Se não alcançar a maioria absoluta e não conseguir formar governo, demito-me, não tenho nenhum problema, não vou engolir sapos, nem vou fazer coligações com partidos anti-autonomistas".
O primeiro-ministro felicitou esta noite Miguel Albuquerque pelos resultados alcançados e desejou-lhe continuação de bom trabalho". "O primeiro-ministro felicitou o presidente do Governo Regional da Madeira pelo resultado eleitoral hoje alcançado, com votos de continuação de bom trabalho em prol da região e do país", refere-se a nota divulgada pelo gabinete de António Costa.
O PS é um dos derrotados da noite ao perder oito deputados, com 21,30% dos votos, elegendo apenas 11 e perdendo na maioria dos concelhos, mesmo naqueles onde alcançou bons resultados há quatro anos.
O Juntos Pelo Povo, que tinha três deputados, conseguiu eleger cinco, e passa a ser a terceira força política na Madeira com 11,03% dos votos.
O Chega elege quatro deputados pela primeira vez e vai estrear-se no parlamento regional. Torna-se a quarta força política mais votada na Madeira com 8,88% dos votos. O presidente do Chega, André Ventura, anunciou esta noite que o seu partido "está indisponível" para acordos e entendimentos com Miguel Albuquerque e defendeu que o líder do PSD/Madeira deve demitir-se com "efeitos imediatos".
Em quinto lugar ficou a CDU (PCP/PEV), com 2,72% dos votos, o que lhe permitiu manter o deputado único que tinha no parlamento regional. Seguem-se, na lista dos resultados, três partidos que conseguiram eleger um deputado cada um: a Iniciativa Liberal, que também vai estrear-se no hemiciclo, depois de obter 2,63%, o PAN, com 2,25%, e o Bloco de Esquerda com 2,24%.
O Bloco de Esquerda conseguiu assim eleger o seu cabeça de lista e antigo líder da estrutura regional do partido, Roberto Almada, e vai regressar ao parlamento da Madeira.
Sem eleger deputados ficaram o PTP (1,01%/1.369 votos), o Livre (0,63%/858 votos), o RIR (0,54%/727 votos), o MPT (0,51%/696 votos) e a ADN (0,46%/617 votos). Registaram-se ainda 838 votos em branco (0,62%) e 2.790 nulos (2,06%).
Segundo a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (MAI), estão registados 253.865 eleitores, dos quais 248.519 na ilha da Madeira e 5.346 na ilha do Porto Santo.
(Notícia atualizada às 23h18 com o discurso de Miguel Albuquerque)