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Centeno: Novo Banco "não vai colocar em causa a estabilidade das contas públicas"

O ministro das Finanças reitera a sua discordância com a decisão do Eurostat de incluir a recapitalização da CGD nas contas de 2017 e garante que a operação "não tem nenhuma relevância económico-financeira"

30 de Março de 2018 às 11:14
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Mário Centeno não concorda com a decisão do Eurostat de incluir o impacto da recapitalização da Caixa Geral de Depósitos nas contas de 2017 – que colocou o défice nos 3% - e reitera que o défice do ano ano passado foi de apenas 0,91%.

Em entrevista ao Expresso, na edição desta sexta-feira, 30 de Março, o ministro das Finanças garante que a operação "não tem nenhuma relevância económico-financeira".

"O entendimento que tínhamos e mantemos sobre o assunto é que esta operação não tem nenhuma relevância económico-financeira, é meramente contabilística e seria bom que o registo contabilístico batesse certo com a natureza da intervenção", afirma Centeno, na entrevista.

O ministro das Finanças diz-se "completamente" satisfeito com a situação actual da CGD e, apesar de não concordar com a decisão do gabinete estatístico da União Europeia, refere que o conforto que Governo tem com as finanças públicas "permite que decisões desta natureza não tenham nenhuma consequência para o país".

"O défice reflecte o extraordinário estado de saúde da economia portuguesa, do seu mercado de trabalho e do enorme rigor com que o governo tem lidado com as contas públicas", remata.

Sobre o Novo Banco, que apresentou prejuízos históricos de 1.395 milhões de euros em 2017, e que exigirá um empréstimo do Estado ao Fundo de Resolução até 450 milhões, Centeno assegura que não vai colocar em causa a estabilidade das contas públicas.

"A garantia que quero dar é que não vai colocar em causa a estabilidade das contas públicas, porque estabelecemos um mecanismo suficientemente faseado. Há mecanismos de validação desse impacto, ao abrigo do acordo de venda, que estão em curso. Quando chegar ao Governo o resultado de todas as fases de monitorização, o Governo pronunciar-se-á", concluiu.

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